O perfil de crescimento da indústria brasileira na passagem de março para abril, com 20 das 26 atividades em expansão, foi o mais disseminado desde junho de 2018, mês posterior à greve de caminhoneiros. No entanto, os quatro principais impactos positivos (veículos, máquinas e equipamentos, outros químicos e alimentos) vinham de perdas em março ante fevereiro, relativizou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A indústria vem mostrando maior volatilidade, ora cresce, ora recua, tentando adequar produção corrente à demanda que existe”, justificou Macedo.

No acumulado do ano, a indústria recua 2,7%. Mesmo expurgando o efeito negativo das indústrias extrativas, a produção permaneceria com perdas. A indústria de transformação acumulou uma queda de 1,3% de janeiro a abril.

“Os fatores conjunturais que vem explicando o comportamento da indústria nos últimos anos permanecem”, lembrou Macedo.

Entre os entraves à produção industrial no País estão os baixos níveis de confiança das famílias e do empresariado, que adiam decisões de consumo e investimentos; a crise na Argentina, que afeta as exportações; e o mercado de trabalho ainda com elevado patamar de desemprego e desalento, enumerou o pesquisador do IBGE.