As autoridades chinesas “sugeriram” ao Didi, o “Uber chinês”, que está sendo investigado por Pequim após sua entrada na Bolsa nos Estados Unidos, que adiasse a operação, mas a empresa ignorou a recomendação – informou The Wall Street Journal (WSJ) nesta terça-feira (6).

O gigante de reserva de carros com motorista (VTC) abriu o capital em Nova York na semana passada e arrecadou US$ 4,4 bilhões.

Desde então, a empresa é objeto de uma investigação por parte do regulador chinês por possíveis “riscos” na coleta de dados pessoais dos usuários.

No domingo (4), a autoridade chinesa de cibersegurança ordenou a retirada do aplicativo Didi das lojas on-line do país. Os usuários que já tiverem o app baixador no celular poderão continuar a usá-lo.

De acordo com a edição desta terça-feira do WSJ, em meio à rivalidade entre Pequim e Washington, a agência chinesa alertou Didi sobre os possíveis riscos de vazamento de dados e sugeriu adiar sua entrada na Bolsa.

A empresa acabou ignorando essas recomendações, segundo o jornal econômico, que não cita suas fontes.

Didi domina o mercado chinês desde que desbancou seu rival Uber em 2016, após uma dura guerra de preços.

As empresas de Internet são muito dinâmicas na China, onde uma legislação relativamente frouxa até agora (sobretudo em questões de dados) e a ausência de concorrentes estrangeiros permitiram o surgimento de grandes companhias.

Nos últimos meses, porém, Pequim iniciou procedimentos contra várias empresas, pedindo-lhes que “retificassem” práticas que antes eram toleradas.

Desde segunda-feira (5), duas empresas de Internet chinesas, também cotadas na Bolsa nos Estados Unidos, estão na mira de uma investigação sobre suas práticas em matéria de dados.

Trata-se da Full Truck Alliance (proprietária de dois aplicativos de transporte de mercadorias e reserva de caminhões, Yunmanman e Huochebang) e Kanzhun (proprietária do aplicativo de busca de empregos BOSS Zhipin).