Comprar créditos de carbono, reduzir o impacto ambiental, construir sistemas de tratamento de água e esgoto. Isso custa caro e apenas grandes corporações têm condições de investir nestas ações, certo? Não é exatamente assim. Para ser sustentável, uma empresa não precisa gastar demais nem abrir mão da rentabilidade.  Uma pequena empresa não gera muito impacto. Por isso, as ações podem ser mais simples e baratas. Um exemplo é a cafeteria e restaurante Ekoa Café, de São Paulo. Segundo a proprietária, Marisa Bussacos, o imóvel que abriga o negócio passou por uma reforma para se adaptar aos conceitos de sustentabilidade. 

 

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Atitude verde: Marisa Bussacos fez uma reforma ecológica no Ekoa Café; e Danilo Tamelini,
da Ipojucatur, planta árvores para neutralizar o carbono

 

Ela construiu uma cisterna para captar água da chuva, usada nas descargas dos banheiros e para regar jardins e vasos. Pintou as paredes com tinta à base de terra crua e usou madeira reaproveitada de demolições. Os banheiros foram transferidos para o térreo para facilitar o acesso, inclusive para deficientes. 

 

Parcerias com organizações sociais foram fechadas para dar oportunidades profissionais a jovens de baixa renda na área gastronômica. “Os gastos se equiparam aos de uma reforma normal. A construção da cisterna demandou recurso extra, mas o retorno é garantido com a economia de água”, comenta ela. 

 

Certas ações comuns às grandes corporações também estão acessíveis às médias empresas. A Ipojucatur, que atua com fretamento e turismo, já se preocupava com a destinação correta de pneus, óleo e lâmpadas. Mas, com o passar do tempo, isso pareceu pouco e Danilo Tamelini, diretor da empresa, desenvolveu um programa de neutralização de emissões de carbono. 

 

De acordo com Tamelini, o plantio de árvores é mais simples para esse fim, porém, é o mais caro, com custo médio de R$ 12,50 a unidade. No entanto, cinco árvores equivalem a uma tonelada de carbono. “Esses custos estão dentro de nossa capacidade e geram uma boa economia. Além disso, a ação nos ajuda na captação de clientes, pois mostramos que somos ambientalmente corretos”, diz. 

 

Essas iniciativas têm criado novas oportunidades de negócios. É o caso da Fábrica de Árvores, fundada há um ano para fornecer mudas de árvores nativas para compensação ambiental. “Não basta plantar, é preciso comprovar a origem da árvore. Quem compra

meu produto pode comprovar a origem”, diz Alex Vicintin, diretor da Fábrica de Árvores. 

 

Vicintin atende empresas que precisam desde meia dúzia de árvores até aquelas que necessitam de 200 mil ao longo de cinco anos. Para tanto, ele montou um viveiro em Bragança Paulista (SP), que dentro de um ano terá 30 mil mudas em condições de serem vendidas.