Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta sexta feira (25), mostra que todos os Estados brasileiros aparecem na cor “verde”, sinalizando um cenário de otimismo – com taxas de ocupação de leitos inferiores a 60%, colocando todo o país estão fora da zona de alerta para esse indicador. É primeira vez desde julho de 2020, quando a entidade passou a monitorar as taxas de ocupação de leitos e Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS), que todos os Estados aparecem em verde.

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Os pesquisadores alertam, no entanto, que o momento ainda exige atenção nas ações de vigilância em saúde e cuidados. “É importante destacar que esta queda encontra-se acompanhada de taxas ainda significativas de SRAG [Síndrome Respiratória Aguda Grave] e incidência de mortalidade por Covid-19”. Eles atribuem esse resultado ao avanço da vacinação no país. Os dados atuais mostram 82% da população brasileira com a primeira dose, 74% com a vacinação completa e 34% vacinada com a dose de reforço.

As análises que envolvem dados sobre internações e óbitos por SRAG e Covid-19 destacam grupos extremos da pirâmide etária. Por um lado, afirmam os pesquisadores, há os idosos com a idade como um fator de risco, o que reforça a necessidade de busca ativa daqueles que ainda não tomaram a terceira dose, assim como a aplicação da quarta dose da população elegível.

Na outra ponta, crianças de 5 a 11 anos, em razão da baixa adesão dos seus responsáveis à vacinação. “É importante a vacinação contra a Covid-19 para crianças, assim como as demais vacinas do calendário infantil. A população em geral, também deve realizar o esquema completo de vacinação”, pontuam os cientistas.

Após destacar que a vacinação tem sido o grande motor para o arrefecimento de casos graves e fatais por Covid-19 no Brasil e no mundo, os pesquisadores pontuam que o controle da pandemia não está concentrado em uma única medida, mas numa série de providências e recomendações. Diante dessa constatação, reforçam que sob circunstâncias de intensa circulação de pessoas nas ruas, concomitante ao abandono do uso de máscaras, podem ser criadas situações que favoreçam uma maior circulação do vírus.

“Consideramos prudente a manutenção do uso de máscaras para determinados ambientes fechados, com grandes concentrações de pessoas (a exemplo dos transportes coletivos) ou abertos em que haja aglomerações”, recomendam. Como referência, o Boletim indica as Recomendações sobre o uso de máscaras no atual cenário epidemiológico – Quem, quando e qual máscara utilizar, documento elaborado pela Associação Médica de Infectologia. Entre os elegíveis estão os seguintes grupos populacionais: população mais vulneráveis, imunossuprimidos, pessoas com mais de 60 anos (principalmente com doenças crônicas) e gestantes.