O diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola, informou que a pasta pretende ampliar os canais de distribuição de seguro rural para produtores do Norte e Nordeste no ano que vem. “Existe a ideia de incentivar cada vez mais a agricultura familiar, hoje não atrativa para as seguradoras. Estamos pensando em uma solução para trazê-las (para este mercado)”, disse Loyola em live promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) sobre perspectivas para o seguro rural na safra 2020/21.

Ele lembrou que no próximo ano o ministério discutirá o plano trienal de 2022-2024 para seguro rural e deve mexer em regras de porcentuais de subvenção.

Loyola informou que o Ministério pretende ampliar o projeto-piloto em curso neste ano, que envolve produtores de soja, milho e frutas enquadrados no Pronaf (programa de crédito para agricultores familiares) e conta com R$ 50 milhões, além dos outros R$ 50 milhões destinados a produtores do Norte e Nordeste. “Devemos ampliar esse projeto no ano que vem. Temos estratégia para esse público até 2024”, antecipou.

Outras ações em implementação pelo Departamento, mencionadas por Loyola, são um projeto de cooperação técnica com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), para “trazer os dados deles” para dentro do Ministério da Agricultura, e uma iniciativa com seguradoras e resseguradoras para criar um banco de dados do seguro rural. Loyola disse também que, para 2021, estão previstas melhorias no monitoramento das áreas seguradas pelas companhias, com a exigência de maior precisão.

Loyola comentou sobre o trabalho para ampliar a rede de peritos de seguro rural no Brasil. Em setembro deve ser publicada normativa sobre a capacitação destes profissionais, de acordo com o diretor do Ministério, abrindo a possibilidade para que mais instituições públicas e privadas ofereçam treinamento, inclusive à distância. O Ministério trabalha, além disso, na modernização do zoneamento agrícola de risco climático, para que tais informações possam ser usadas também por seguradoras. “Por que usar apenas dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e não do Zoneamento Agrícola? Se houver dados bons, pode ajudar na precificação de produtos”, afirmou.