A PDG Realty vai ajuizar nesta quarta-feira, 22, pedido de recuperação judicial. Como antecipado pela Coluna do Broad, o pedido de recuperação judicial poderia ocorrer em fevereiro.

O conselho da incorporadora ponderou que “ainda não foi possível encontrar, no âmbito extrajudicial, uma solução sustentável para a crise financeira” da companhia, de modo que a recuperação judicial é a medida mais adequada neste momento para continuar avançando, “de forma organizada e com prazos e procedimentos predefinidos” no processo de reestruturação; manter a normalidade operacional e preservar valor e proteger o caixa.

Conforme fato relevante, a companhia reunirá acionistas para debater o assunto em assembleia, ainda não convocada. A companhia apresentará o pedido de recuperação judicial na Comarca de São Paulo, em caráter de urgência, e nos órgãos societários competentes das demais sociedades do Grupo PDG, do qual fazem parte mais de 500 sociedades cujo capital é integralmente detido, direta ou indiretamente ou em que a PDG detém participações.

A PDG lembra que iniciou em agosto de 2015 o processo de reestruturação de dívidas e que em maio de 2016 culminou em um acordo de reestruturação com os bancos Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, ampliado depois em julho para incluir o Banco Votorantim.

“No entanto, o acordo não alcançou o efeito originalmente esperado e o Grupo PDG continuou a enfrentar sérias dificuldades na gestão e continuidade dos seus empreendimentos imobiliários, tais como o crescente número de distratos de unidades vendidas, a queda nas vendas em todo Brasil, a interrupção de obras em andamento, o acúmulo de dívidas condominiais, de IPTU e com fornecedores de produtos e serviços, e ainda o grande volume de ações judiciais movidas por clientes, ex-clientes e funcionários de prestadores de serviço.”

Foi iniciada outra rodada de negociações em 3 de novembro de 2016, após a contratação da RK Partners como novo assessor financeiro, para reestruturar sua estrutura de capital e destravar as linhas de financiamento aos empreendimentos imobiliários, além de esforços de venda de ativos, o descruzamento de participações societárias e a redução de custos operacionais e administrativos.

A companhia ressalta que o ajuizamento da recuperação judicial da PDG Companhia Securitizadora também é necessário para a implementação do processo de reestruturação. “Nesse sentido, o ajuizamento da Recuperação Judicial Grupo PDG representa um novo passo na continuidade do Processo de Reestruturação, no qual o Grupo PDG buscará negociar com seus credores e stakeholders uma solução abrangente e eficaz para a crise econômico-financeira do grupo. Durante toda a Recuperação Judicial Grupo PDG, o Grupo PDG envidará seus máximos esforços para preservar suas atividades comerciais e operacionais e cumprir compromissos com clientes.”