Por Lisandra Paraguassu e Rodrigo Viga Gaier

BRASÍLIA/RIO DE JANEIRO (Reuters) – O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, e o ex-chanceler Ernesto Araújo passarão da condição de testemunhas para investigados pela CPI da Covid no Senado, de acordo com a lista divulgada na sexta-feira  (18) pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL).

“Queiroga vai ter que ser investigado para entender que não pode continuar ou concordar com atrocidades diárias do presidente da República”, disse Renan em entrevista coletiva na qual anunciou a lista de pessoas que passarão à condição de investigadas pela comissão.

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Em visita ao Rio de Janeiro, o ministro da Saúde afirmou que não vê problema em ser investigado.

“Não vejo problema em ser investigado pela CPI. O povo brasileiro já está vendo o que estou fazendo”, disse o ministro acrescentando que via a investigação com “tranquilidade”.

“Não estou interessado nesse assunto. Estou interessado em vacinar a população brasileira”, acrescentou.

No total, 14 pessoas passarão a ser investigadas pela CPI. Também estão na lista nomes como os ex-assessores presidenciais Arthur Weintraub e Fábio Wajngarten, os secretários do ministério da Saúde Hélio Angotti Neto, Mayra Pinheiro e Francieli Fantinato, o ex-secretário-executivo da pasta Elcio Franco, além dos médicos Nise Yamaguchi, Paolo Zanotto e Luciano Dias Azevedo, defensores do chamado tratamento precoce, que não tem eficácia contra a Covid.

O empresário Carlos Wizard, apontado como membro de um gabinete paralelo de assessoramento do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia e que se recusou a comparecer à CPI, também passará a ser investigado.

Segundo o relator da CPI, a lista de investigado será atualizada semanalmente, à medida que os trabalhos da comissão avançarem.

Renan disse não saber se CPI tem competência legal para investigar Bolsonaro, mas garantiu que se a competência existir, ele será investigado pela comissão.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a Covid-19 já matou 496.004 pessoas no Brasil, segundo maior número de mortos pela doença no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Mantido o ritmo recente de registro de novas mortes pela doença, o Brasil deve atingir nos próximos dias a marca de 500 mil óbitos causadas pelo coronavírus.

 

(Edição de Eduardo Simões)

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