O economista Paulo Guedes, coordenador do programa econômico de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou ao Broadcast, plataforma de notícias em tempo real do Grupo Estado, que defende a cláusula de votação em bloco para partidos políticos há anos e que ela é “uma rota para sair da corrupção sistêmica”. Segundo ele, seu posicionamento não é “nada secreto” e foi tema de conversa com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), em encontro há cerca de seis meses. “(É uma forma de) sair da compra de votos mercenários no varejo para votos partidários no atacado, valorizando os programas dos partidos”.

A ideia, de acordo com Guedes, é que a cláusula seja usada somente para matérias de natureza econômica e administrativa. “Nunca para sexo, religião, aborto e todos os assuntos de consciência individual”, disse.

O economista afirmou que, ao ouvir sua proposta, Maia reagiu argumentando que isso já existe na forma do “fechamento de questão com fidelidade partidária”. Para Guedes, dizer que sua proposta dará “superpoderes” aos partidos é uma “leitura equivocada”.

Mais cedo, Maia declarou ao Broadcast que nunca tratou com Guedes sobre mudanças no sistema de votação da Casa dando “superpoderes de partidos”.

Segundo edição deste sábado, 22, do jornal O Globo, Guedes reuniu-se com Rodrigo Maia para tratar sobre a adoção do que ele chamou de “voto programático de bancada”, onde todos os votos de uma bancada seriam computados integralmente a favor de um projeto se mais da metade dos parlamentares daquele partido votarem a seu favor.

“Nunca tratei com ele sobre isso”, disse Maia ao Broadcast. Ele afirmou também não conhecer o teor da proposta. “Não posso falar sobre o que não conheço. Pela imprensa, parece uma ideia ruim”, afirmou.