Os mercados têm estado voláteis no Brasil e no exterior devido à alta da inflação e dos juros, e da indefinição nos preços das commodities. Como sua gestora está enfrentando esse cenário?
Somos uma empresa com um histórico longo. A Western foi fundada nos Estados Unidos há 50 anos e estamos no Brasil há 15 anos. Ou seja, temos experiência. Nossa receita para situações assim é ter cautela, reduzir o risco dos fundos e esperar que haja mais certezas no mercado. Não tentamos operar a volatilidade.

Quais são os maiores riscos?
O principal é a inflação. No Brasil estamos mais ou menos acostumados com isso, mas esse é um fenômeno bem menos conhecido lá fora. Nos Estados Unidos e na Europa não houve uma inflação estruturalmente elevada e ascendente nos últimos 40 anos.

Como isso afeta os mercados?
Recentemente, o diagnóstico sobre a crise mudou. Passou de uma inflação de custos, provocada pela alta das commodities, para uma inflação de demanda. E há algo positivo, a percepção de que os bancos centrais mais importantes estão convencidos de que é preciso combater a inflação, elevando os juros.

Como vocês estão reduzindo o risco dos fundos?
Há várias estratégias, dependendo de cada produto. No caso dos fundos de renda fixa estamos optando por títulos com rentabilidade mais próxima do CDI. No caso dos fundos de ações, dentro da estratégia e do estatuto de cada fundo, alteramos as carteiras para torná-las mais próximas do Ibovespa.

Qual sua percepção para a bolsa brasileira?
A bolsa está barata. Nesse cálculo, estamos considerando apenas um indicador, a relação Preço/Lucro, ou P/L. Resumidamente, é quanto tempo levaria para o lucro por ação de uma empresa se igualar ao preço dessa ação. Na média, sem considerar Petrobras e Vale, que são empresas muito grandes e distorcem os resultados, a relação P/L média da bolsa está entre 6 e 6,5. Em 2015, durante a crise provocada pelo impeachment de Dilma Rousseff, essa relação estava entre 7 e 7,5. Ou seja, as ações estão mais baratas do que estavam durante a crise do impeachment.

NOTAS

ACQUA VERO ANUNCIA NOVA GESTORA DE RECURSOS

O grupo Acqua Vero lançou, na sexta-feira (8), uma gestora de recursos denominada Avin, nova denominação da gestora BlueGriffin Partners, lançada em 2020. A empresa manterá um fundo, o Avin Asset Global Equities FIA. E deverá lançar outros três produtos, um fundo multimercado, um de renda fixa com a categoria crédito privado e um fundo de fundos imobiliários. Segundo a empresa, a meta é captar R$ 600 milhões no primeiro ano de atividades.

AÇÕES E MULTIMERCADOS SOFREM RESGATES

A indústria de fundos captou R$ 32,3 bilhões entre os dias 4 e 8 de julho segundo a Anbima, associação que representa o setor. O total de aplicações foi de R$ 218,3 bilhões e o total de resgates no período foi de R$ 186 bilhões. Novamente, a maior parte da captação veio dos fundos de renda fixa, com R$ 28,2 bilhões. Os fundos multimercados e de ações tiveram resgates líquidos, respectivamente, de R$ 3,6 bilhões e de R$ 1,9 bilhão.

XP LANÇA FUNDO DE RENDA FIXA GLOBAL

A XP e a Rico lançaram o fundo Trend Crédito Global, voltado para aplicações de renda fixa no mercado internacional. O fundo reproduz o Exchange Traded Fund (ETF) da gestora americana Vanguard. Ele possui aplicação mínima de R$ 100 e cobra taxa de administração de 0,5% ao ano, com proteção cambial. O fundo investe em cerca de 8 mil ativos de renda fixa, entre títulos soberanos, dívidas corporativas, dívidas de instituições financeiras e securitizados.

EM ALTA
2,7% 

Foi a alta dos preços da cesta básica na cidade de São Paulo em junho. Segundo um levantamento do Procon, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o preço da cesta subiu de R$ 1.226 para R$ 1.251 no mês. A variação dos preços no acumulado do ano é de 15,02% e, em 12 meses, a alta da cesta básica foi de 18,05%. Os produtos que mais subiram foram a margarina, com alta de 10,95%, e o leite, com alta de 9,9% em junho.

EM BAIXA
6,64% 

Foi a queda do número de emplacamentos de veículos novos em junho na comparação com maio. No acumulado entre janeiro e junho, houve uma baixa de 3,02% em comparação com 2021. Dentre os segmentos, o pior resultado mensal foi dos veículos comerciais leves, cujos emplacamentos caíram 10,16%. Já a produção de caminhões cresceu. Foram 10.862 emplacamentos em junho, alta de 5,27%, na comparação com os 10.318 de maio. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).