Qual a melhor estratégia de investimentos atualmente?
Nunca foi tão importante para o cliente ter uma carteira diversificada. E também nunca foi tão fácil demonstrar a importância da diversificação. No ano passado, com a baixa das taxas de juros, o rentismo deixou de ser interessante e obrigou os clientes a buscarem alternativas para seu dinheiro.

Por quê?
Não adianta apresentar para o cliente uma plataforma com 500 alternativas de investimentos. Fundos, papéis de renda fixa e ações, aplicações no Brasil e no exterior para ele resolver sozinho o que vai fazer. O cliente precisa ter acesso a investimentos e também precisa saber qual o seu perfil e qual a sua tolerância ao risco.

E qual a importância da diversificação?
Não é mais possível ganhar dinheiro com uma única estratégia. Não dá para deixar 100% do dinheiro no CDI, ou em ações ou em fundos imobiliários e pensar que tudo está resolvido. Ao contrário.

Atualmente a inflação está elevada. Por que não investir tudo em título corrigidos pelo IPCA, por exemplo?
Esse é um excelente exemplo. A inflação está elevada e é possível obter boas rentabilidades em títulos que pagam IPCA mais juros. Porém, a maioria desses títulos têm liquidez baixa. Assim, se o investidor tiver de resgatar o dinheiro, a probabilidade de prejuízo é grande.

Há outros casos?
O mesmo raciocínio vale para os fundos imobiliários, que vêm passando por um momento de baixa. Eles tiveram um desempenho muito bom quando pagavam remunerações de 9% ao ano sem imposto, mas atualmente a inflação está acima de 9%. Ou seja, esses fundos nem sequer protegem o investidor da inflação. E como as cotas podem oscilar, também há risco de um resgate inesperado provocar prejuízo.

Como diversificar?
Colocando na carteira um pouco de tudo. Há espaço para aplicações que pagam inflação mais juros e que são de longo prazo. Há espaço para aplicações ligadas ao CDI, para as necessidades de liquidez. Os fundos imobiliários estão desvalorizados, mas há boas oportunidades de longo prazo. E não podemos nos esquecer que, com a crise, a bolsa brasileira está bastante barata em relação aos mercados de outros países.

RENDA FIXA LIDERA CAPTAÇÕES

Os fundos de renda fixa voltaram a liderar as captações na indústria. Em setembro, segundo a Anbima, associação que representa o setor, as captações desses fundos superaram os resgates em R$ 34,9 bilhões. No acumulado dos três primeiros trimestres o total captado foi de R$ 206,7 bilhões. Para comparar, os fundos multimercados captaram R$ 76,2 bilhões e os fundos de direitos creditórios (FIDC) receberam R$ 60,6 bilhões. Os fundos de ações captaram R$ 30,9 bilhões, mas registraram perda líquida de recursos em setembro.

EM ALTA
49,2%

Foi o crescimento da média diária das exportações brasileiras nas duas primeiras semanas de outubro em comparação com o mesmo período do ano passado. A média diária nesse período cresceu de US$ 882 milhões em 2020 para US$ 1,316 bilhão neste ano. As importações cresceram de US$ 662,08 milhões em 2020 para US$ 995,11 milhões neste ano, avanço de 50,3%. O superávit comercial da primeira quinzena de outubro foi de US$ 1,93 bilhão, fruto de exportações de US$ 7,90 bilhões e importações de US$ 5,97 bilhões.

EM BAIXA
6,1% 

É a nova projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial para 2021, abaixo dos 6,9% previstos em julho pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A redução ocorreu pelo desempenho negativo da indústria de transformação no primeiro semestre. A expectativa é que esse segmento cresça 7,9%, um ponto porcentual abaixo dos 8,9% previstos em julho. Mesmo prevendo um desempenho pior para a indústria, a CNI manteve a estimativa de crescimento do PIB em geral para 4,9% devido ao bom desempenho do setor de serviços.