No meio de uma pandemia que tem deixado diversos setores da economia em apuros, a Eixo-SP, empresa recém-criada pelo fundo de private equity Pátria, começa a operar amanhã o lote Piracicaba-Panorama (PiPa). Entre queda de atividade econômica e restrições de mobilidade, a concessionária assume a maior rodovia concedida no País, com 1.273 km. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a média das concessões no Brasil é de 482,6 km.

O cenário é desafiador para o transporte rodoviário, segundo o diretor-presidente da Eixo-SP, Sergio Santillan. “Algumas concessionárias tiveram maior ou menor impacto, principalmente em veículos de passeio. Algumas chegaram a 30% de queda. Já para veículos comerciais essa queda é menor”, disse. O executivo aponta a pandemia como um efeito pontual. “É um projeto de 30 anos.”

Diante do cenário atual, a CCR passou a divulgar semanalmente informações sobre movimentação em suas concessões para dar mais clareza aos investidores. Dados do último boletim mostram que o tráfego recuou 17,2% na semana de 22 a 28 de maio de 2020, ante igual período de 2019. A queda foi puxada pelo segmento de passeio, que caiu 40,3%. Já o de veículos comerciais avançou 2,4%.

Disputa

O Consórcio de Infraestrutura Brasil, composto pelo Pátria e o fundo soberano GIC, de Cingapura, venceu, em janeiro, o leilão do lote Piracicaba-Panorama (PiPa), que liga a cidade próxima a Campinas ao extremo oeste do Estado. A proposta foi de R$ 1,1 bilhão. A concessão vai englobar investimentos de R$ 14 bilhões em 30 anos.

A oferta do consórcio foi 110% superior à da segunda colocada, a Ecorodovias (R$ 527 milhões). Nomes de peso não participaram do leilão, como CCR e Arteris. A concorrência PiPa engloba 218 km hoje operados pela Centrovias, do Grupo Arteris, além de 1.055 km do DER-SP.

A concessão tem alguns diferenciais, como tarifa por quilometragem percorrida. Usuários frequentes também terão descontos. A cobrança de pedágio vai começar 12 meses após a assinatura do contrato, que ocorreu no último dia 15. O início da cobrança depende ainda da realização de obras de infraestrutura mínima, conforme consta no contrato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.