O iminente retorno do público às arenas esportivas tem gerado polêmica, seja pelo momento, seja pela forma com que tem sido feita. Pelo momento, a discussão é infindável. Pela forma, a volta segura das torcidas aos estádios tem um aliado fundamental: a tecnologia. Governos estaduais e municipais – o federal está inerte –, federações e clubes têm se movimentado para retomar as atividades desportivas com torcedores. Entre as soluções, algumas estão mais avançadas, outras nem tanto. Nessa corrida pela escolha da ferramenta mais eficiente, a região nordeste do País tem investido no aplicativo Chronus i-Passport, criado pela Mooh Tech, empresa franco-brasileira com sede em Paris e escritórios em Recife, São Paulo e Brasília.

As Federações Pernambucana e Cearense de Futebol e os clubes Náutico, Fortaleza e Ceará aderiram ao app como mais um aliado para a volta segura dos fãs aos jogos. Protocolos estão sendo definidos nos dois Estados e pelas entidades e agremiações. O app funciona como uma carteira de vacinação digital certificada. E agrega testes em sua base de dados para consulta das autoridades. Os dados são fornecidos por secretarias de saúde e clínicas. Ao identificar se as pessoas estão vacinadas ou testadas negativamente para Covid-19, o aplicativo libera ou restringe a participação do cidadão na partida. “Assim, cria-se uma bolha de isolamento de propagação do vírus”, disse Everton Cruz, cofundador e CEO da Mooh Tech.

SEGURANÇA SANITÁRIA CEO da Mooh Tech, que criou o app, Everton Cruz afirma que a solução cria uma bolha de isolamento nos estádios. (Crédito:Divulgação)

São 16 milhões de usuários do Chronus i-Passport no mundo, sendo 11 milhões no Brasil. A plataforma reúne informações sobre a saúde das pessoas, como a vacinação de toda sua vida, consultas e exames. E tem ganhado notoriedade no setor esportivo com a adaptação para organizadores dos eventos. No aplicativo, a pessoa baixa seus testes e aplicações de vacinas de combate ao coronavírus. Com camadas de segurança, filtros, cruzamento de dados, a ferramenta fecha o cerco em possíveis fraudes. Os fiscais têm acesso às informações do aplicativo, acessadas por QR Code no smartphone do torcedor. Ao contrário do que ocorre em alguns estádios do Brasil hoje, como Minas Gerais e Brasília, em que os torcedores apresentaram um comprovante em papel, que pode ser facilmente falsificado . Além disso, a fiscalização tem pecado. Vídeos que circulam na internet mostram fiscais liberando a entrada de torcedores sem ler o que está escrito nos documentos.

A expectativa é a de que o app seja validado por outras federações e clubes e chegue também a teatros, cinemas, aeroportos e casas de shows. “O caminho é ser um prontuário médico universal”, disse Cruz. Um passaporte digital para a saúde.