LONDRES (Reuters) – O escândalo envolvendo o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sobre sua conduta durante lockdowns da Covid-19 ajudou o Partido Trabalhista, de oposição, a obter uma vantagem de 10 pontos sobre os conservadores, que estão no poder, em uma nova pesquisa de opinião divulgada nesta sexta-feira.

Johnson pediu desculpas ao Parlamento na quarta-feira e à rainha Elizabeth, nesta sexta, após uma série de festas ou reuniões que foram realizadas em sua residência oficial em Downing Street em momentos nos quais o país estava sob rígidas restrições pandêmicas.

De acordo com a pesquisa da Savanta ComRes, realizada com 2.151 adultos na quinta e na sexta-feira, os trabalhistas ganharam 5 pontos, para 42% de apoio, enquanto os conservadores caíram 1 ponto, para 32%. A sondagem mostra a maior parcela de votos para o Partido Trabalhista desde 2013.

Johnson garantiu uma vitória eleitoral esmagadora em 2019. Segundo a pesquisa, 70% dos entrevistados agora querem que ele renuncie.

O gabinete de Johnson pediu desculpas à rainha depois que foi divulgado que sua equipe havia realizado uma festa em 16 de abril de 2021, tarde da noite em Downing Street, na véspera do funeral do marido da monarca, o príncipe Philip, em um momento em que reuniões em ambientes fechados eram proibidas.

Johnson pediu desculpas ao Parlamento após admitir que participou de uma reunião nos moldes “traga sua própria bebida” em sua residência em maio de 2020, durante o primeiro lockdown do país.

A pesquisa ComRes mostrou que os eleitores de todo o espectro político ficaram irritados com as revelações, com apenas 66% dos que apoiaram os Conservadores nas eleições de 2019 dando seu apoio ao partido agora.

(Reportagem de Kate Holton)

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