A história do grupo Partage está diretamente ligada a São Paulo, sua terra natal. Foi na maior metrópole do País que a companhia iniciou as atividades, em 1997, com lajes corporativas. O sucesso nos negócios animou o comando a definir uma nova estratégia de atuação. E, em 2010, a empresa iniciou a investida no segmento de shopping centers, mas longe de casa, em São Gonçalo (RJ). Doze anos depois, já são 12 estabelecimentos sob administração. O plano de expansão agora é voltar às origens, mais precisamente ao Cambuci, bairro paulistano que receberá em 2025 o primeiro centro de compras e lazer da bandeira no estado, com investimento de R$ 400 milhões. “É no Brasil dos melhores greenfields”, disse à DINHEIRO Adriano Capobianco, diretor comercial e de novos negócios da Partage.

A inauguração do shopping na capital paulista, que nasce do zero e sem aproveitar antigas instalações ou aplicar retrofit, faz parte de um novo modelo de negócio do grupo, que prevê a construção de empreendimentos em metrópoles, e não apenas em cidades secundárias. Além do estabelecimento na capital paulista, a companhia investe outros R$ 400 milhões na construção de um centro comercial em Brasília, no Distrito Federal, com previsão de inauguração para 2024.

No entendimento de Capobianco, está clara a visão de que a companhia tem condições de fazer gestão de shoppings em cidades tão diferentes como Parauapebas (PA) ou Rio Grande (RS) e capitais como São Paulo e Brasília, “porque temos um processo de gestão desses empreendimentos”, afirmou o executivo.

Sobre a forma como mapeará seus próximos negócios, o executivo afirma que oportunidade é o que mais interessa ao grupo hoje. Descobrir onde a Partage pode contribuir para o processo de desenvolvimento de um shopping center, seja comprando, seja construindo. Em uma cidade média ou em uma capital. “Essa interface hoje é absolutamente possível e estamos também com uma visão de criar hubs regionais.” Capobianco cita como exemplos os quatro shoppings da empresa no Nordeste do País: Arapiraca (AL), Campina Grande (PB), Mossoró (RN) e Natal (RN). “Temos uma forma de lidar com a região, o que potencializa uma série de ações comerciais, de marketing, de compra, de adaptação.” Isso, segundo ele, permite sinergias locais. “Podemos aproveitar não só para um (empreendimento), mas para os quatro, por exemplo.”

A aposta da companhia no ramo surtiu resultados. No ano passado, os empreendimentos do grupo movimentaram R$ 2,3 bilhões e a estimativa é fechar esse ano em R$ 3 bilhões. O executivo prevê um crescimento natural do setor de shopping, impulsionado pelo recuo da Covid-19, que desde 2020 obrigou as pessoas a ficarem muito tempo reclusas ou com a circulação restrita.

Nem mesmo a inflação em alta e o aumento do custo da construção provocam dor de cabeça em Capobianco. Apesar de afirmar que os negócios podem ser impactados, o melhor remédio, segundo ele, é o comportamento do setor. “As nossas vendas, a ocupação e a nossa comercialização são melhores hoje do que antes da pandemia.” A empresa trabalha com uma visão de médio e longo prazo. “Estamos inaugurando shoppings para os próximos 10, 15, 20 anos. Estamos olhando um pouco mais na frente.”

CENTROS FINANCEIROS No segmento de lajes corporativas a companhia tem 18 empreendimentos nas regiões das avenidas Brigadeiro Faria Lima, Paulista e Luís Carlos Berrini, todos na capital paulista que somam 500 mil m2 de área bruta locável. “Inauguramos há pouco tempo na Faria Lima o B.31, B.32, famoso prédio da baleia. Um dos mais modernos da América Latina.” O grupo promete novas construções por lá. Sobre aquisições dependem de oportunidades. “Vamos estar prontos se surgirem.” Fato é que seja na vertical, com prédios, seja na horizontal, com shoppings, a Partage se mostra disposta a crescer e a marcar presença nas capitais e no interior do País.