Os deputados da Duma, como é chamada o Congresso na Rússia, aprovaram nesta terça-feira (16) com ampla vantagem o projeto que permite o país criar uma internet autônoma e com possibilidade de se desconectar da rede mundial. Os críticos afirmam que a Runet é uma forma de intensificar a censura de críticos ao governo, enquanto os defensores argumentam que a medida é uma forma de garantir a segurança dos servidores russos durante um eventual ataque cibernético.

Segundo sites estrangeiros, a proposta do governo de Vladimir Putin foi aceita por 307 legisladores, enquanto 68 votaram contra. A medida será encaminhada outra estância do Legislativo, o Conselho da Federação, e posteriormente passará por sanção do presidente. A Runet deve entrar em vigor em 1º de novembro de 2019. A infraestrutura deve receber investimento de US$ 470 milhões (R$ 1,8 bilhão).

O projeto permitirá que a internet doméstica continue funcionando mesmo quando estiver desconectada de servidores de fora da Rússia. O governo fala que a medida é importante para proteger o país contra ataques virtuais e evitar que os sistemas de conectividade russos não sejam vulneráveis a ataques externos.

“Se virmos que os outros têm capacidade técnica para realizar ataques à internet russa, então precisamos ter capacidade técnica para resistir a esses ataques”, disse Andrei Klishas, ​​um dos autores da lei, à DW.

Apesar da alta aprovação no Legislativo, diversos pontos da Runet ainda são obscuros. Ainda não esta claro como o Roskomnadzor, órgão nacional de vigilância das telecomunicações, atuará na prática para manter a segurança. Críticos ao projeto falam que a Runet pode ser usada não apenas contra ameaças estrangeiras, mas também para perseguir opositores ao regime de Putin.