Quem vê o procurador geral da República, Augusto Aras, falando sobre a CPI da Covid e seus bons resultados pode até esquecer o papel que o chefe da PGR se colocou algumas vezes desde que assumiu, em 2019, o cargo. Criticado constantemente por outros magistrados e procuradores por desviar de assuntos que pudessem ferir o presidente Jair Bolsonaro, a chegada na quarta-feira (27) das 1.288 folhas que compõem o relatório final da CPI da Covid deve determinar a relação governo x PGR no futuro próximo. No parlamento, senadores afirmam que a pressão política, da imprensa e da opinião popular inviabiliza o engavetamento da matéria, mas há parlamentares governistas sinalizando que, pelo menos até o fim do ano, as alegações crimes que o Bolsonaro teria cometido durante a pandemia ficarão em suspenso. Sem falar com a imprensa depois de receber o rechonchudo documento, Aras havia avisado aos senadores que precisaria de, ao menos, 30 dias. E se a simpatia do PGR ao receber o relatório não convenceu a comitiva dos sete senadores que fizeram a entrega, uma segunda parada na Praça dos Três Poderes mostrou que eles não estão de brincadeira. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, foi o segundo a receber o relatório final…

INDICADOR
Causa e efeito

Quando o assunto é a economia brasileira, viver em uma gangorra não é novidade. A oscilação sempre esteve intrinsecamente ligada à história do País, pelo menos na análise macro. O problema é que o IBGE revelou na quarta-feira (27) um dado que coloca a gangorra dentro da casa do brasileiro. A pesquisa por domicílios mostrou que o emprego no Brasil cresceu 6,8% no trimestre móvel encerrado em agosto (ótima notícia!), mas renda caiu 10,2% no mesmo período (péssima notícia!). Apesar de parecer contraditório, a explicação é lógica. O trabalho informal, por conta própria e o “bico” somaram mais de 85% das novas vagas, com 62,5 milhões de brasileiros nessas categorias, no maior índice desde o início da pesquisa, em 2012.

EQUIPE ALINHADA
Um burro, cinco problemas

Divulgação

Em uma conversa fechada com integrantes da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Deputados, o ministro da Economia Paulo Guedes, resolveu adjetivar a si próprio e alguns de seus colegas da Esplanada. O diálogo, revelado pela Folha de S.Paulo, é um ótimo exercício de reconhecimento da equipe de Bolsonaro. Faça o teste:

1.“Astronauta, burro!”
2.“Teve um piripaque por causa de Orçamento”
3.“Gasta dinheiro com campinho de futebol”
4.“Investe logo que recebe recursos”
5.“O que está fazendo aqui”

A. Tarcísio Freitas
B. Rogério Marinho
C. Paulo Guedes
D. Marcos Pontes
E. Onyx Lorenzoni

R$ 5,9 TRILHÕES

É o valor esperado pelo Tesouro Nacional para dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – ao final de 2021. Se confirmada, a alta seria de 9,2% na comparação com o registrado em setembro, último dado divulgado.

COMPLETE A FRASE DO PRESIDENTE…

Carolina Antunes/PR

“Agora, vou falar para vocês. Aqui. Preste atenção. Vou falar para vocês. Vocês sabem quanto custa uma vaga no Supremo…”
Presidente Jair Bolsonaro, antes de ser interrompido por assessores em uma entrevista na Jovem Pan News. O Messias não sabia que, no intervalo da entrevista, suas falas continuavam a ser acompanhadas na internet.

PARLAMENTO PORTUGUÊS
Choque no socialismo

Patricia De Melo Moreira / AFP

O Parlamento de Portugal não aprovou, na quarta-feira (27), o orçamento do Estado para 2022 do governo socialista de Antonio Costa. O primeiro-ministro foi abandonado pelos seus ex-aliados da esquerda radical, e há uma chance de convocação de eleições legislativas antecipadas. O primeiro ministro, que no final de semana desistiu de investir no diálogo para reverter a decisão de alguns partidos disse “não querer eleições, mas não ter medos da urnas”. O presidente de Portugal, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa, foi direto. “Minha posição é muito simples: orçamento ou dissolução”.

MERCADO IMOBILIÁRIO
A saga do casa própria

Quando John Lennon e Paul McCartney escreveram a música When I’m Sixty-Four o foco era a durabilidade do amor, mas você já parou para pensar onde, e como, estará morando quando tiver 64 anos? Uma pesquisa da consultoria Urbit pode responder algumas questões com base no rendimento médio dos paulistanos…