Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) – O Paraná, um dos maiores produtores de soja do Brasil, espera colher 20,96 milhões de toneladas do grão na safra 2021/22, um leve avanço ante os 20,95 milhões estimados em agosto, embora aguarde mais chuvas para intensificar o plantio, disse nesta quinta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).

Em relação à temporada anterior, o órgão ligado ao governo do Estado vê alta de 6% no volume produzido. No mesmo comparativo, a área deve crescer 1%, para 5,62 milhões de hectares.

O economista do Deral Marcelo Garrido disse que, comparando com o ano passado, o Paraná está com um plantio de soja mais veloz, em torno de 3% da área, mas os trabalhos estão atrasados ante a média histórica para esta época (de 7%), por chuvas ainda abaixo do ideal.

“Algumas regiões que plantaram têm indicações boas, mas no oeste há áreas que apresentaram dificuldade para a implantação da cultura devido ao tempo seco. A previsão para safra é boa, mas o Estado ainda depende de um volume maior de chuvas para conseguir dar andamento com mais tranquilidade ao plantio”, afirmou ele.

Garrido também disse que é cedo para falar em redução de produção por seca porque, se chuvas “melhores” ocorrerem nas próximas semanas, as condições para a semeadura tendem a avançar.

Para o milho primeira safra, a projeção foi mantida em relação ao último levantamento do Deral.

A área do cereal de verão 2021/22 está estimada em 420,1 mil hectares, um avanço de 13% sobre o ciclo anterior. Com isso, a produção deve aumentar 32%, para 4,11 milhões de toneladas, em momento de preços atrativos e escassez de oferta devido à quebra na “safrinha” de 2020/21.

O departamento fez um novo corte em sua perspectiva para o cereal da safrinha, cuja colheita se aproxima do final, para 5,5 milhões de toneladas. Em agosto, a estimativa era de 5,9 milhões. No comparativo anual, a retração é de 55% causada por fortes perdas decorrentes da seca e geadas durante o desenvolvimento do cereal.

Para o trigo de 2021 –que também foi afetado por problemas climáticos, embora em menor intensidade que o milho– o Deral reduziu sua estimativa para 3,5 milhões de toneladas ante 3,7 milhões no comparativo mensal.

O analista do Deral Carlos Hugo Godinho disse que, como grande parte da safra está em fase de maturação, a maioria das perdas deixadas pela seca já foi contabilizada.

Em relação à safra de 2020, no entanto, o maior produtor de trigo no país espera uma alta de 11%, isso porque naquele ano as adversidades ligadas ao clima foram ainda piores para o cereal de inverno.

“Nosso potencial inicial para esta temporada era de 3,9 milhões de toneladas… agora estamos 400 mil toneladas aquém desse potencial, mas ainda estamos à frente do ano passado, em uma situação razoável, eu diria”, avaliou Godinho.

(Por Nayara Figueiredo)

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