Poucos setores sofreram – e ainda sofrem – tanto com a pandemia do novo coronavírus quanto o turismo. Responsável por mais de 10% de toda a atividade econômica global, movimentando quase US$ 9 trilhões por ano – o equivalente a cinco vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil do ano passado (US$ 1,8 trilhão) –, o segmento terá o pior ano do século. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), os estragos causados pela Covid-19 no setor devem ficar em torno de US$ 1,2 trilhão. Para amenizar, ao menos um pouco, essa pancada, vários hotéis já estão reabrindo suas portas, sempre seguindo os protocolos estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Alguns deles são estabelecimento de luxo, erguidos em verdadeiros paraísos, como as praias do Caribe, as savanas da África e o magnífico Oceano Índico. Para o público brasileiro, há mais uma boa nova. Muitos desses lugares já estão aceitando viajantes do País, desde que apresentando exame negativo para a Covid-19 feito com até 72 horas de antecedência.

Uma das maiores companhias de hotéis de luxo do planeta está nessa lista. Com cerca de 100 estabelecimentos em 43 países, 30 mil funcionários e faturamento anual na casa dos US$ 5 bilhões, o grupo Four Seasons chegou a fechar mais de 90% de todos os seus hotéis. Hoje, 74% já estão operando novamente. A reabertura segue nos próximos meses, incluindo duas novas unidades do núcleo que a empresa chama de “Four Seasons Private Retreats”, espécies de residências de altíssimo requinte, erguidas nos hotéis e resorts da rede. A partir de setembro, entram em operação o Serengheti Lodge e o Four Seasons Seychelles, ambos com essa pegada de sofisticação e exclusividade extremas. O primeiro, numa das regiões mais belas da África, na Tanzânia, dispõe de cinco residências, todas com vista para as savanas. Nos passeios ao Parque Nacional do Serengheti, é possível observar os famosos big five: búfalo, elefante, leão, leopardo e rinoceronte.

A experiência de ver essas maravilhas da fauna africana em seu hábitat é inesquecível. Assim como o prazer de se hospedar numa das unidades do Serengheti Lodge. A mais luxuosa de todas é a Presidential Villa, que pode acomodar até seis pessoas e é ideal para famílias ou grupo de amigos. Com diárias que custam US$ 11.900, tem 242m2 de área, três suítes (todas com camas king-size e varanda), piscina privativa, banheira, cozinha equipada, academia própria e até um chef particular à sua disposição, para preparar os pratos da sua preferência. A sala de estar tem janelas de vidro que vão do chão ao teto, proporcionando uma fabulosa vista das planícies africanas. Há, ainda, um mordomo à disposição da unidade, 24h por dia, tratamentos de beleza no spa e um churrasco de cortesia, servido à beira da piscina.

O Four Seasons Seychelles segue a mesma proposta, de oferecer serviço altamente qualificado num lugar de natureza exuberante. Encravadas num penhasco de frente ao Oceano Índico, as cinco vilas são espaçosas e confortáveis, com destaque para a Residence Villa, com seus quase 1,6 mil m2 e capacidade para receber até 14 pessoas. A mansão possui dois andares, seis quartos, piscina privativa com borda infinita e 20 metros de comprimento, sete banheiros, edredons e travesseiros de plumas, cozinha completa e mordomo próprio. Por tudo isso – incluindo uma vista deslumbrante do mar azul-turquesa do Índico –, o hóspede só precisa pagar 9.890 euros pela diária para duas pessoas ou 11.090 euros para um grupo de até 14. Além das belezas da própria acomodação, o viajante ainda tem direito a aulas de ioga, sessões de cinema num telão à beira da piscina e tratamentos de beleza. Sem falar, claro, na linda praia de Petite Anse bem ali na frente.DE JAMES BOND A NAOMI CAMPBELL Não é apenas o grupo Four Seasons que está reabrindo suas unidades e aceitando turistas do Brasil. Outra excelente dica de hotel de luxo já aberto aos brasileiros é o GoldenEye, um dos mais tradicionais e sofisticados da Jamaica. Desde antes de se transformar num hotel, em 2010, a propriedade já recebia convidados ilustres, como o cantor Bob Marley e o autor Ian Fleming, criador do personagem James Bond e que escreveu várias histórias do agente secreto enquanto descansava no local. De lá para cá, o GoldenEye seguiu atraindo hóspedes famosos, como o ator Jude Law e a modelo Naomi Campbell. Quando está por lá, Naomi sempre fica na maior e mais exclusiva das 47 acomodações do hotel, a Fleming Villa, que tem esse nome por ter sido refúgio do criador de 007. Com cinco quartos, mordomo próprio, acesso direto à praia e cercada de uma belíssima mata nativa, a casa pode acomodar até dez pessoas e ainda dispõe de sala de jantar e piscina privativa. São quase 520m2 de área, com diárias que vão de US$ 6.360, na baixa temporada, a US$ 10.600, na alta estação.

A apenas cerca de 750km de distância, fica outro hotel de alto padrão aberto a brasileiros. Diversas vezes eleito o melhor resort de golfe do Caribe, o Casa de Campo Resort & Villas fica na República Dominicana e tem 247 quartos, oito restaurantes, marina, centro equestre e três lindas praias exclusivas. Sua acomodação mais luxuosa é a Five Bedroom Classic Villa, um casarão que – como o nome deixa claro – tem cinco quartos, ocupa área de quase 945m2 e acomoda até dez pessoas. Com diárias a partir de US$ 1 mil, oferece aos seus hóspeders café da manhã preparado na casa, uma garrafa de champanhe Chandon, churrasqueira, sala de estar ao ar livre, sala de jantar e piscina privativa. Para quem curte jogar golfe, há três carrinhos à disposição da vila. Tanzânia, Ilhas Seicheles, Jamaica, República Dominicana. As opções são muitas e sedutoras. E a vontade de viajar, cada vez maior.

Hotel com consultoria hospitalar

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Com dez hotéis em sete estados do País e cerca de 1,5 mil funcionários, a rede GJP ainda não reabriu todas as suas unidades. Mas já estruturou um bom plano para esse processo, levando em consideração os cuidados necessários, da hora da chegada à saída do hóspede. Para tanto, a companhia teve a colaboração de uma grife da saúde nacional, o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, um dos mais respeitados do Brasil. As ações vão da marcação das vagas que podem ser utilizadas no estacionamento à disposição das mesas nos restaurantes, ambas com o propósito de assegurar o distanciamento social. Logo na chegada, os hóspedes têm a sua temperatura aferida e as bagagens higienizadas. Placas destacando a obrigatoriedade do uso de máscaras e frascos de álcool gel em todas as áreas comuns também estão no plano. Dentro dos quartos, a limpeza é feita por equipes treinadas por profissionais do Sírio-Libanês, especialistas em garantir a higienização total do ambiente. “Nessa nova realidade, os protocolos de segurança e limpeza são determinantes para a confiança dos hóspedes”, afirmou o CEO da GJP, Fábio Godinho.