Para viver em condições extremas, algumas vezes é necessário tomar decisões extremas. Em Villa Las Estrellas, na Antártida, onde vivem cerca de 100 pessoas, sobretudo cientistas e militares da força aérea ou da marinha chilena, há uma importante condição para morar no local: por prevenção é preciso tirar o apêndice.

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É que o hospital mais próximo fica a mais de mil quilômetros de distância e, apesar de existirem alguns médicos na ilha, nenhum deles é cirurgião. Isolada do mundo, a localidade fica na ilha do Rei George, numa ilha a sul da Argentina – a única forma de abandonar a ilha e prestar cuidados de saúde é de avião – e para isso os moradores ficam dependentes das condições climáticas muitas vezes adversas.

Os que têm de permanecer durante períodos mais longos, têm a possibilidade de levar a família consigo. A temperatura média anual é de -2,3º C, que é superior a da Antártida propriamente dita. No inverno, porém, pode descer até aos -47º C, como explicou à BBC o presidente da base aérea Presidente Eduardo Frei Montalva, Sergio Cubillos.

A exigência em relação ao apêndice é aplicada também às crianças. As mulheres na base também são encorajadas a não engravidar, devido ao perigo que representam as temperaturas baixas, que podem chegar a 50 graus negativos.