Para melhorar a qualidade do ar na cidade de São Paulo, a Prefeitura aposta na aprovação de lei sobre frota da capital e na volta das inspeção veicular.

Estudo preliminar divulgado na edição desta terça-feira, 5, do jornal O Estado de S. Paulo, revela que respirar o ar de São Paulo por duas horas no trânsito é o mesmo que fumar um cigarro. Ao longo de 30 anos na capital, o pulmão dessa pessoa pode ficar igual ao de um fumante leve – que consome menos de dez cigarros por dia.

A reportagem falou com Débora Diogo, do Comitê de Mudanças Climáticas da Prefeitura. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.

São Paulo apareceu em levantamento da OMS e da ONU Meio Ambiente como tendo uma concentração de materiais particulados 90% superior à segura à saúde. O que a cidade tem feito para melhorar esse quadro?

Nossa aposta é na aprovação do PL 300 (projeto de lei que define alterações na frota da cidade). As propostas que foram encaminhadas pelo Comitê de Mudanças Climáticas da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, e inseridas no texto, preveem a volta da inspeção veicular e novas frotas de ônibus que adotem fontes de energia limpas e diversificadas. Com isso, a expectativa é de que haja uma redução de gás carbônico (CO2) de 50% após dez anos e de 100% em 20 anos; de 90% do material particulado em dez anos, chegando a 95% em 20 anos; e de 80% dos óxidos de nitrogênio em dez anos, chegando a 95% em 20 anos. Estamos apostando na mudança na lei, em inovações, para que São Paulo se equipare a outras cidades do mundo e a população possa contar com melhores condições de qualidade do ar. Sabemos que o investimento em transporte limpo reduz gasto com saúde pública. É um dado incontestável.

A lei municipal de mudanças climáticas previa o transporte público limpo já para o ano que vem, o que não foi cumprido. O que fazer para melhorar a situação antes desse novo prazo?

É, mas não tinha como ser cumprida e agora teremos um tempo para mudar de fato. Por enquanto, há o incentivo da devolução parcial do IPVA para proprietários de veículos elétricos ou híbridos comprados a partir de 2014.

E o transporte público? Há previsão de algum incentivo para que a população deixe o carro individual em casa?

A Prefeitura restringiu o acesso aos carros no centro histórico uma sexta-feira por mês. Mas são necessárias várias medidas. O Estado tem sinalizado que vai ampliar a rede de metrô.