Larry Fink, CEO da BlackRock, maior gestora de recursos do mundo, gerindo mais de US$ 7 trilhões em mais de 100 países, disse que há muita liquidez no mercado porque as empresas esperavam uma crise muito pior. A cautela excessiva seria uma das explicações para esse excesso de liquidez que possibilitou uma rápida retomada do mercado de capitais.

“Existe uma liquidez inédita no caixa de muitas empresas. Uma quantidade enorme de recursos que precisa ser investida”, disse.

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Em contrapartida, Fink questionou a viabilidade de pequenas e médias empresas, restaurantes e centros de convenções para negócios, entre outros. “Ainda não temos resposta sobre o futuro dessas empresas. Mas há muitas partes da economia que não voltarão para o que conhecemos”, disse.

O principal tema de Fink no evento Expert XP foi a adoção de critérios ambientais, sociais e de governança, conhecida pela sigla em inglês ESG (Environmental, Social and Governance), que daqui para frente deve fazer diferença na vida das empresas.

Em janeiro deste ano, Fink escreveu uma carta aos investidores alertando sobre a importância do tema e se comprometendo a elevar os investimentos da BlackRock em ativos sustentáveis. Para Fink, o risco da Covid-19 é mais imediato, porém, muito semelhante ao risco proporcionado pelas mudanças climáticas. “O risco existencial é o mesmo. As mudanças climáticas estão evoluindo e já podemos ver seus impactos no mundo todo”, afirmou.

Em um painel anterior, Howard Marks, cofundador da Oaktree, gestora de mais de US$ 100 bilhões, disse que as crises anteriores eram financeiras, bem diferente da atual, de cunho sanitário, e que, por causa disso, a interferência governamental na economia pode não ser suficiente.

“O Fed e o Tesouro americano colocando dinheiro na economia não vai resolver o problema na saúde. Lidamos com um vírus desconhecido e há incertezas em relação à criação rápida de uma vacina”, disse.

Marks acredita que o aumento inconsequente de dívidas e de déficit pode causar crises no futuro.

Para ele, o futuro de muitos negócios hoje parece pior do que antes da crise, mas, se o preço destes negócios ficou desproporcionalmente menor do que antes da crise, a margem de segurança ficou ainda maior para investidores.