A maioria dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) classificou os riscos relacionados à perspectiva inflacionária nos Estados Unidos como equilibrados, segundo informa a ata da mais recente reunião de política monetária da entidade, divulgada nesta quarta-feira, 7. A visão foi corroborada pela equipe de especialistas que apoia a tomada de decisão dos participantes.

O documento afirma que os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) apontaram para possíveis restrições na oferta como um fator que pode provocar uma alta nos preços, enquanto “fatores que contribuíram para encolher os preços em expansões econômicas anteriores” podem pressionar a inflação.

Após a alta de preços em 2021 por razões cíclicas, refletindo o choque no primeiro semestre do ano passado, os dirigentes do Fed esperam que a inflação desacelerará e, a longo prazo, se moverá à meta de alta anual 2% da instituição, segundo diz a ata. Os membros do Fomc ainda reiteraram o objetivo da entidade de manter a taxa de inflação um pouco acima de 2% por algum tempo, de forma a compensar leituras anteriores mais modestas.

A ata ainda informou que os dirigentes do Fed removeram a referência aos preços do petróleo entre os fatores que pressionam para baixo a inflação, uma vez que os preços da commodity energética “essencialmente reconstituíram seus declínios relacionados à pandemia”.

De acordo com o relatório, os participantes da reunião lembraram que o índice PCE, principal métrica do Fed para inflação, segue bem abaixo da meta de 2%.

Gama de ferramentas

Os dirigentes do Federal Reserve concordaram que a instituição deve estar empenhada em usar toda a gama de ferramentas disponíveis para apoiar a economia dos Estados Unidos, de acordo com a ata. Os membros do Fomc também garantiram que estão preparados para ajustar a política monetária conforme apropriado.

O documento destaca que os dirigentes seguirão avaliando as informações futuras para tomar decisões de política.

Eles notaram ainda que a trajetória da economia americana é “altamente dependente” da pandemia de coronavírus e do avanço da vacinação.

De acordo com eles, a crise continua a apresentar riscos “consideráveis” para as perspectivas econômicas, apesar de ter havido uma melhora com a aprovação do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão em março.