São 7h da manhã. O presidente da companhia entra pela porta, senta-se em frente à sua mesa e se aprofunda em diversos relatórios e anotações. Mergulha em uma análise de dados e exige que todas as decisões passem por aquela mesa. Afinal, quem manda ali é ele.

A descrição acima, como você deve imaginar, não tem relação alguma com as empresas mais modernas do mercado. Isso porque essa mentalidade é relativa à gestão no século 20, em que os executivos tomavam para si todas as decisões.

+ Fechamos um novo contrato! E agora?

O mundo mudou e a globalização tomou conta de nosso cotidiano: vivemos em uma sociedade em rede, conectada e atenta a informações e inovações que surgem a todo momento. Hoje a coletividade é marcada pela democratização da tecnologia e observamos conceitos tomarem forma, como a economia do conhecimento (Unger), a modernidade líquida (Bauman), o “postnormal times” – tempos pós-normais, em tradução livre – (Sardar) e os mundos VUCA e BANI.

Sem autonomia, dinamismo, times multidisciplinares revendo constantemente as experiências, não há como ter sucesso. Se antes havia um mega planejamento antes da execução de tarefas – e isso ditava o sucesso dos negócios – em um mundo mais digital, globalizado e integrado, exigem-se novas capacidades para as lideranças para delegar, confiar e fazer acontecer.

É necessário investir mais no empirismo e empoderamento dos times. Em um modelo horizontal, com flexibilidade, interatividade e no qual as equipes recebem apoio necessário para desenvolver produtos e soluções para clientes e parceiros de forma mais ágil e inovadora.

O Agile tem que ser incutido como mindset das empresas. Ele é uma ruptura da lógica preditiva e linear. Funciona como um método empírico baseado na experimentação, teste, aprendizagem e adaptação.

Parece difícil olhando assim, não é? Mas calma, separei três etapas para serem cumpridas e, caso sejam bem executadas, o método ágil será consequência:

  • Construir e incentivar um ambiente de segurança psicológica para fortalecimento da cultura da experimentação e do aprendizado. O erro tem que ser tratado como um processo de crescimento. As pessoas, em todos os níveis hierárquicos, podem dar ideias, sugerir inovações, tomar decisões de forma autônoma. Uma cultura assim não tem um gestor carrasco: ele é o facilitador da equipe!
  • Feita essa base, é preciso consolidar ferramentas, métodos e processos para apoiar essa jornada. Afinal, o emprego de boas técnicas e tecnologia, principalmente, é fundamental para que o Agile dê certo;
  • O terceiro passo é capturar e estudar dados. A cultura da experimentação constante só é válida se você conseguir analisar a efetividade dos experimentos. Seja em produtos ou processos. É necessário medir os resultados e investigar se aquele caminho é profícuo ou não.

Se pudermos dar mais uma dica, aqui vai: ter perseverança é essencial. Não é no primeiro obstáculo que você deve pensar em voltar atrás. Tenha sempre como seu foco a melhoria contínua.

Para finalizar, é preciso destacar que cada organização tem que encontrar seu próprio modo de implantação do Agile para transformar o modelo de trabalho, aplicando métodos ágeis no desenvolvimento de soluções e colocando pessoas e tecnologia no centro das decisões estratégicas.

E você, já se deparou com modelo ágil no seu cotidiano? Não é muito mais simples encontrar soluções com uma gestão em que os colaboradores podem constantemente sugerir aperfeiçoamentos, de forma colaborativa e em time? É coragem ousadia, inquietação, dinamismo e inovação! Bora agir, engajar e conquistar!

*Colaborou Henrique Locatelli, Partner Diretor de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação na Wiz