O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, afirmou, nesta quarta-feira, 25, que o país asiático registra uma recuperação da demanda agregada mais lenta que Estados Unidos e Europa, além de um quadro menos severo de gargalos de oferta.

Em discurso durante conferência organizada pelo Instituto para Estudos Econômicos e Monetários, Kuroda ressaltou ainda que os salários avançaram na nação insular, mas em ritmo “moderado”. “Dadas essas diferenças nos efeitos de oferta e demanda, a resposta adequada da política monetária também diferirá entre os países”, comentou.

O dirigente destacou que outro desafio no radar dos bancos centrais no mundo é o aumento do risco geopolítico, em meio à guerra na Ucrânia. Segundo ele, o quadro impulsiona a inflação e prejudica a confiança na atividade econômica.

“Se as visões sobre o risco geopolítico mudassem permanentemente, isso poderia ter um impacto de longo prazo na economia global por meio de mudanças estruturais no comércio e nos fluxos de capital”, disse.

Enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) avança no processo de aumento de juros e o Banco Central Europeu (BCE) se prepara para segui-lo no terceiro trimestre, o BoJ insiste na política relaxada, em um cenário de inflação menos aguda que os pares desenvolvidos.