O empresário Florival Rocha, pai da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, faleceu na manhã desta quinta-feira, 9, aos 98 anos, em Espinosa (MG), onde morava. A cidade, de aproximadamente 35 mil habitantes, fica no norte de Minas, a 690 quilômetros de Belo Horizonte. O corpo será velado em Belo Horizonte nesta quinta a partir das 18h no Funeral House, na região centro-sul da capital, conforme informação do próprio estabelecimento, e cremado nesta sexta, 10, às 9h30 no Parque Renascer Cemitério e Crematório, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

A presidente do STF esteve na quarta-feira, 8, na capital para compromissos previstos em agenda não tornada pública. Florival era viúvo e deixa sete filhos. O pai da ministra tinha saúde debilitada e há cerca de um ano reduziu muito as saídas de casa. A mãe da ministra, Anésia Antunes Rocha, faleceu em fevereiro de 1989 e foi enterrada no Cemitério Parque da Colina, em Belo Horizonte.

Amigo

Florival era dono de um posto de gasolina que vinha sendo administrado por um de seus filhos. A ministra mantinha forte relação com o pai, de quem teria herdado o modo simples de vida. Amigo havia 45 anos do pai da ministra, o comerciante Naim Antunes, de 66 anos, dono de um armazém ao lado da residência da família da presidente do STF, afirma que Florival gostava muito de relembrar histórias sobre parentes. “De política não falava nunca”, afirma Naim.

Segundo o colega, Florival sempre teve boa saúde, mas que no início de 2016 passou a ter problemas de saúde de forma mais frequente. “Na última vez em que nos encontramos, meu caminhão estava sendo abastecido no posto da família. O Florival estava por perto e me falou: ‘o maior prazer que tenho é ver vocês aqui’. Era uma pessoa muito boa”. Naim disse ainda que, apesar de ser muito ligado à filha, o amigo não costumava falar sobre o trabalho de Cármen Lúcia.

Em casa

No último fim de semana, a ministra Cármen Lúcia esteve em Espinosa. Desembarcou de um avião de carreira em Montes Claros, que fica a 230 quilômetros da cidade, alugou um carro popular e seguiu viagem. No caminho parou no município de Porteirinha para lanchar. Comeu coxinha e comprou pirulitos.

Em Belo Horizonte, onde tem apartamento, chegou de táxi, sozinha, para votar na eleição municipal do ano passado em uma escola do bairro Santo Agostinho, na região centro-sul da cidade. Em Brasília, a ministra utiliza apartamento funcional e carro próprio para ir ao trabalho.

Cármen Lúcia tem 62 anos, nasceu em Montes Claros e é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), em Belo Horizonte. Foi procuradora do governo do Estado durante a gestão de Itamar Franco (1999-2002). A indicação ao STF foi feita pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Pela morte do pai da ministra, a prefeitura de Espinosa decretou luto oficial por três dias. Com a ausência da presidente, a sessão do STF desta quinta foi comandada pelo ministro Dias Toffoli, vice-presidente da Corte.