O financiamento para a compra e a construção de imóveis no Brasil deve entrar em trajetória de crescimento no próximo ano, impulsionado pela redução dos juros e da inflação, alinhado ao avanço gradual da geração de empregos, ajudando a aquecer o mercado imobiliário. A estimativa é do presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Gilberto Duarte de Abreu Filho.

“A perspectiva para o cenário macroeconômico é benigno para 2018”, afirmou nesta quarta-feira, 6, durante palestra em evento com empresários da construção no Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

Abreu destacou que os financiamentos deverão atingir em 2017 o montante de R$ 117 bilhões, o que corresponde a uma leve alta de 1% em relação a 2016. “Apesar da crise nacional, o volume de desembolsos é grande perto da série histórica”, observou o executivo, citando o pico do setor em 2014 (R$ 156 bilhões) e os números considerados expressivos dos anos seguintes: 2015 (R$ 129 bilhões) e 2016 (R$ 116 bilhões).

O presidente da Abecip observou também que o crescimento de 1% neste ano pode ser visto de maneira positiva porque houve uma mudança de trajetória no volume de desembolsos, que chegaram a registrar baixa superior a 10% no primeiro semestre. Essa alteração no cenário reforça as projeções de uma retomada mais robusta no ano que vem, avaliou.

Em 2017, crescimento do crédito imobiliário foi encabeçado pela concessão de empréstimos com recursos originados no FGTS, que baterão R$ 72 bilhões, alta de 4,1%. Por sua vez, o crédito oriundo da poupança somará R$ 45 bilhões, retração de 3,5%.

Na visão de Abreu, o cenário macroeconômico mais favorável deverá ajudar a recompor as cadernetas, que perderam recursos devido aos saques superiores aos depósitos nos últimos anos.