Em um ano marcado pela aceleração do desmatamento na Amazônia e pelas queimadas na floresta e também no Pantanal, o ambientalista faz um alerta sobre a impunidade.

houve algum avanço no país?
Não. O ano foi marcado por desrespeito e descaso na área ambiental. A falta de transparência, o esvaziamento das estruturas de comando e controle e o desmanche de políticas públicas têm gerado danos irreparáveis para nossa fauna e flora.

O que mais piorou em 2020?
O desmantelamento das estruturas de governança ambiental – do próprio Ministério do Meio Ambiente ao ICMBio, passando pelo Ibama – é um retrocesso não só para 2020, mas para os anos vindouros. O segundo ano consecutivo de recordes de queimadas e o avanço do desmatamento na Amazônia não deixam dúvida sobre a ineficácia da política brasileira.

Por quê?
A sensação de impunidade e a queda na emissão de multas fortaleceram atividades ilegais na Amazônia. Outro fato icônico foi a perda de um terço do Pantanal, com enormes prejuízos para as comunidades locais. O governo federal não agiu à altura da sua responsabilidade.

(Nota publicada na edição 1203 da Revista Dinheiro)