Quando Ariane Santos deixou o mundo corporativo para fazer agendas personalizadas no seu quarto, as pessoas a chamaram de doida. Agora a empreendedora prepara o lançamento de uma área de 22 mil m2 dedicada à produção de itens de design feitos com descarte de indústrias.

A ORIGEM
“Quando comecei, tinha dinheiro para produzir dez agendas de pano que deixei em consignação. Uma semana depois, os produtos se esgotaram. Depois, durante a Copa do Mundo, o Sebrae fez uma seleção de designers e artesãos para produzir suvenir. Fui escolhida e de repente precisei entregar 1 mil peças. Comecei a olhar aquilo como um negócio.”

O NEGÓCIO
“Eu não queria uma ONG. Queria mostrar que por um viés empreendedor conseguiríamos trazer um impacto muito maior ao capacitar e oferecer o trabalho de criação e produção a mulheres vulneráveis.”

RESÍDUO
“Quando estruturei a Badu vi que só a indústria têxtil desperdiçava mais de 170 mil toneladas de tecidos por ano. Fiquei indignada e decidi não comprar mais materiais virgens. Comecei com dez mulheres e com tecidos. Hoje temos uma rede de 480 mulheres e trabalhamos com vários resíduos.”

DESAFIO
“Sempre sonho mais alto e senti a necessidade de uma representação física e material do que é possível ser feito. Agora estamos construindo uma sede de 22 mil m2 que, desde o início, será feita somente com resíduos. Um grande projeto de impacto coletivo.”

(Nota publicada na edição 1274 da Revista Dinheiro)