O vidro é 100% reciclável, mas menos de 4% retornam para a linha de produção. O restante vai para aterros. A certificadora eureciclo quer mudar o panorama por meio de uma remuneração justa para a cadeia, segundo seu diretor de Marketing e Vendas, Marcos Matos.

Dificuldades
“Uma série de problemas atrapalha a reciclagem do vidro. Entre eles, a falta de postos para a coleta seletiva; a baixa conscientização da sociedade; questões de logística; além da baixa remuneração paga pelo material coletado. Um catador ganha de R$ 4 mil a R$ 5 mil por tonelada de alumínio. No vidro, paga-se de R$ 140 a R$ 160 a tonelada.”

Responsabilidade
“Fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores são corresponsáveis pela reciclagem. Mas, para isso de fato acontecer é preciso que o órgão regulamentador estabeleça regras claras de reciclagem de cada material (papel, vidro, plástico e alumínio) e aumente a fiscalização.”

Solução
“Uma iniciativa é o selo eureciclo, instrumento financeiro similar ao mercado de carbono. As empresas que precisam cumprir a meta de reciclagem estabelecida na Política Nacional de Resíduos Sólidos mas não conseguem com iniciativas internas, compram os selos que cooperativas conquistam a cada tonelada de material reciclado – vale destacar que todo o processo é auditado. Assim, os operadores da reciclagem ganham na venda do material e na dos certificados. Aí a conta fecha.”

(Nota publicada na edição 1212 da Revista Dinheiro)