Empresa de engenharia portuguesa, a Afaplan concentrou sua operação no Brasil em energias renováveis — eólica e solar. Gonçalo Sousa Soares, CEO da empresa, falou sobre os desafios e as oportunidades no País.

ORIGEM
“Em 2014 ganhamos o primeiro contrato de energia verde no Rio Grande do Norte. A partir de 2016, a vinda de grandes multinacionais do setor energético como Enel [italiana] e EDF [britânica] ajudou a impulsionar os negócios até que em 2018 focamos a operação no Brasil em renováveis . Nos últimos dois anos triplicamos o faturamento no País, com R$ 59 milhões em 2021. Cerca de 50% do faturamento global”

RENOVÁVEIS
“A política ambiental mundial tem criado forte pressão sobre as energias não renováveis. Hoje a Afaplan só trabalha com o setor de óleo e gás em Guiné e Moçambique, mas em quantidades bem pequenas. O que estamos vendo é o encerramento de diversas refinarias pelo mundo. No Brasil, o investimento em renováveis tem crescido muito”

DESAFIOS NO BRASIL
“O primeiro foi adequação financeira. O segundo, mão de obra. Somos uma empresa de pessoas. Vendemos massa cinzenta. O Brasil tem muita gente qualificada na área técnica, mas faltam engenheiros. A Covid também atrapalhou o treinamento e o acompanhamento das equipes em campo”

PERSPECTIVA
“Hoje, temos 22 projetos com clientes como Enel e Canadian Solar. Um deles em São Paulo e os demais de Minas Gerais para cima. O Brasil é uma potência, mas o real baixo afasta os investidores devido ao impacto no retorno”

(Nota publicada na edição 1257 da Revista Dinheiro)