Há 12 anos, Manu Sais largou a carreira executiva para viver a vida velejando. Durante este período viu um mar de plástico invadir o oceano. O capitão falou à coluna, do seu veleiro El Tranquilo.

POLUIÇÃO

“É impressionante a quantidade de poluição no mar. Onde há desembocadura de rios, a quantidade de garrafas, sacolas, potes de plástico é imensa. Os ventos e as águas chegam ao mar trazendo este lixo que foi descartado quilômetros antes do oceano, mas que vai afetar todo o ecossistema marinho. Na Europa essa poluição é menor, mas nas Américas o volume é alto”
GESTÃO DE RESÍDUOS

“A gestão de resíduos de uma embarcação é rigorosa. Os orgânicos vão para a água, mas o descarte nunca é feito perto das praias para não atrapalhar os turistas. Papel e papelão são biodegradáveis e se são finos podem ser jogados no oceano. Em alto mar se pode descartar vidros – aqueles sem óleo – que, no curto prazo, servem de abrigo a animais menores e no longo se decompõem em areia”

ALUMÍNIOS E PLÁSTICOS

“As latas de alumínio têm valor em qualquer parte do mundo, então é fácil guardar e entregar a recicladores. Já o plástico, muito utilizado em embalagens de alimentos, é o
maior problema”

NOVA ONDA

“O ser humano gosta de modas e hoje todo mundo quer dizer que faz algo positivo pela natureza. Mas não é verdade. Há uma diferença grande em ser ecológico e fazer parecer ecológico para rentabilizar um produto ou serviço”

(Nota publicada na edição 1255 da Revista Dinheiro)