Como transformar área florestal em lucro? Um exemplo vem da Reservas Votorantim. David Canassa, diretor da empresa, conversou com a coluna sobre os desafios e como solucionaram o problema em uma das áreas nativas sob gestão dele e do time: O Legado das Águas.

O problema
“O xis da questão é que se não existir um mecanismo econômico para que a floresta em pé valha mais do que derrubada o problema do desmatamento vai persistir”

A solução
“Desenvolvemos um conceito que se chama múltiplo uso da terra – em um mesmo hectare muitas coisas têm que acontecer. É preciso pensar qual potencial dos aspectos culturais, cênicos, de biodiversidade, de pesquisa, de soluções baseadas na natureza. É necessário entender quais os potenciais para cada floresta e assim montar um plano de negócio multifrentes”

A experiência
“No Legado das Águas [31 mil hectares de floresta nativa no Vale do Ribeira (SP)] chegamos à conclusão de que havia quatro cadeias produtivas que poderíamos trabalhar.
1) O uso público que inclui ecoturismo e a beleza cênica do lugar.
2) Viveiros com produção vegetal aliada à floresta para reflorestamento, captura de carbono e paisagismo sustentável – o mais rentável e com capacidade de expansão, já que 95% das plantas usadas hoje são estrangeiras.
3) Compensações ambientais, como arrendamento de terra por produtores rurais para cumprir o Código Florestal.
4) Patrocínio por meio de empresas engajadas à agenda. Os lucros chegam”.

(Nota publicada na edição 1227 da Revista Dinheiro)