O mercado de títulos verdes bateu o recorde de US$ 1 trilhão na série acumulada (2007 a 2021). Agora, a meta da Climate Bond Initiative (CBI) é ter os mesmos US$ 1 trilhão, só que a cada doze meses. Leisa Souza, executiva responsável pela entidade na América Latina, explica como.

O gatilho da demanda
“Com as emissões iniciais de títulos atrelados à sustentabilidade, o mercado financeiro viu que existe demanda do investidor e que é um título com bom retorno. Um exemplo aconteceu em 2017 quando o BNDES fez sua primeira emissão de R$ 500 milhões e teve subscrição de US$ 1 bilhão. Nossa meta é movimentar US$ 1 trilhão de títulos verdes por ano.”

O cenário no Brasil
“O Brasil saiu de um mercado de 500 milhões de euros em 2017 para US$ 8 bilhões, no acumulado até 2021. O movimento que chama a atenção é a diversificação dos setores. As primeiras emissões eram para a energia, hoje crescem os títulos para uso da terra e para a agropecuária. Ainda temos setores com grande potencial, como infra-estrutura.”

Benefícios
“Quando um país apoia a emissão de títulos verdes, ele favorece o ambiente de negócio. Já para os investidores a vantagem é saber exatamente para que o capital será investido. Para o tomador, os pontos positivos são a diversificação de investidores, o acesso a um dinheiro novo e condições atrativas. Para o mercado de maneira geral, podemos dizer que o ganho reputacional é o maior benefício.”

(Nota publicada na edição 1222 da Revista Dinheiro)