As ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA) subiram com a proposta do grupo francês Casino, controlador do GPA divulgada na segunda-feira (12). O Casino informou estar estudando um aumento de capital em uma subsidiária da empresa de comércio eletrônico Cnova, segunda maior do setor na França. Pela proposta, o Casino poderia realizar uma oferta secundária de ações da Cnova, empresa que já é listada na Europa e da qual o Pão de Açúcar possui cerca de 34% do capital. Se confirmada, a operação pode ser mais uma oportunidade para o Pão de Açúcar destravar valor por meio da venda de participações no mercado, a exemplo do que ocorreu com a rede de atacarejo Assaí no início de março. Pelos preços de mercado atuais, as ações da Cnova que o GPA possui podem valer mais de R$ 6 bilhões, cerca de 60% do valor de mercado do próprio GPA. A possibilidade animou os investidores e as ações ordinárias do Pão de Açúcar acumulam uma valorização de 15,1% na primeira quinzena de abril.

SIDERURGIA
Muitos zeros nas ações da Usiminas

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As ações preferenciais da Usiminas (USIM5) vêm mantendo sua trajetória de alta. Na quarta-feira (14), fecharam a R$ 20,81, maior cotação de fechamento desde agosto de 2010. O mesmo ocorreu com as ações ordinárias, que fecharam a R$ 21,78. As preferenciais e as ordinárias valorizaram-se, respectivamente, 42,4% e 38,8% no ano, ante uma alta de apenas 1,1% do Ibovespa. Ao longo da década, as ações da Usiminas atravessaram um período de baixa devido a brigas entre controladores. No dia 23, a empresa apresentará resultados referentes ao primeiro trimestre, e espera-se bons números devido à alta do preço do aço. Das vendas da Usiminas entre 1º de janeiro e 20 de março deste ano, 93% foram para o mercado doméstico.

QUEM VEM LÁ
Nova oferta da Hapvida

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A Hapvida anunciou nesta semana mais uma oferta subsequente de ações (follow-on), com a emissão de cerca de 100 milhões de ações em oferta primária (que vai para o caixa da companhia) e 33,3 milhões de ações em oferta secundária (venda dos atuais detentores das ações). Ainda há a possibilidade de incluir mais 35% adicionais de ações. Considerando o último preço de fechamento das ações a R$ 14,87 por ação, a oferta pode levantar de R$ 1,98 bilhão a R$ 2,67 bilhões. Os recursos, conforme informação da companhia, serão destinados ao processo de integração das aquisições realizadas mais recentemente e para conseguir fazer compras futuras.

DESTAQUE NO PREGÃO
Negócio recorde com a fibra óptica da Oi

A operadora de telefonia Oi aceitou a proposta do grupo BTG para aquisição parcial da divisão de fibra óptica por R$ 12,9 bilhões, na maior transação de private equity no País. Pelo acordo, o fundo FIP Economia Real, gerido pelo banco e pela operadora Globenet Cabos Submarinos (também ligada ao BTG), terá preferência no leilão dos ativos de fibra óptica da Oi, pertencentes à SPE InfraCo. Depois de repassar seus negócios de telefonia móvel para as rivais Claro, Vivo e TIM, a Oi vai vender seus ativos de fibra óptica, que serão leiloados no processo de recuperação judicial da empresa. Caso a negociação seja finalizada, BTG e Globenet terão 57,9% do capital da InfraCo. A Oi permanecerá como acionista minoritária. Com mais essa venda, a operadora ganha fôlego financeiro para honrar sua dívida, que em 2016 atingiu a marca recorde de R$ 65 bilhões.

CAPTAÇÕES
B3 pode ter recorde de IPOs

O mercado de ofertas públicas iniciais (IPOs) está aquecido em abril. Já houve duas ofertas, o relançamento de R$ 3,8 bilhões da rede de hospitais e laboratórios Dasa e a oferta inicial da empresa de tecnologia Allied, que levantou R$ 180 milhões. Há outras 13 ofertas em andamento, que podem movimentar mais R$ 20 bilhões. Se as expectativas se confirmarem, o quadrimestre terminará com 29 novas empresas listadas e captações de R$ 45,8 bilhões, cifras superiores às de todo o ano passado. Em 2020 a bolsa registrou 27 aberturas de capital, que movimentaram R$ 44,5 bilhões, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).