O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (CIJI) descobriu, com a apuração do Pandora Papers, que os sócios da VTCLog possuem uma offshore sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Segundo o site Metrópoles, Carlos Alberto de Sá e Teresa Cristina Reis de Sá teriam aberto a Cacatua Holding Limited em 2014, teria declarado aporte de U$ 50 mil e teriam estimado faturamento bruto de U$ 100 mil no primeiro ano da empresa.

As informações foram localizadas em um documento enviado pelo casal a uma empresa especializada na criação de companhias em paraísos fiscais, a Fidelity Corporate Services.

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A Cacatua Holding também teria realizado pagamentos no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. Com recursos oriundos da poupança pessoal dos sócios e de dividendos das empresas que possuem, os recursos seriam para compras e vendas de ativos internacionais, eficiência tributária e planejamento de herança.

Por meio da assessoria de imprensa, a VTCLog afirma que a Cacatua Holdings consta na declaração de Imposto de Renda.

Uma offshore, empresa criada em outro país para fugir de tributos ou ocultar patrimônio, é ilegal no Brasil desde que não seja declarada à Receita Federal – se a empresa tiver mais de U$ 1 milhão o Banco Central também deve ser informado.

Segundo o Portal da Transparência, as empresas do casal receberam R$ 1,7 bilhão do governo federal desde 2014 com a VTCLog, Voetur Turismo e Representação, Vip Service Club Locadora e Serviços e a Vip Service Aviations.

VTCLog na CPI

A VTCLog ainda possui um terceiro sócio, Raimundo Nonato Brasil, que depôs nesta terça-feira (5) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A empresa é investigada por contratos sem licitação feitos com o Ministério da Saúde entre 2016 e 2018, que movimentaram aproximadamente R$ 335,4 milhões, de acordo com a CPI.

Nonato negou qualquer irregularidade diante dos senadores da Comissão.