O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) esmiuça 11,9 milhões de documentos confidenciais que foram vazados neste domingo (3). A maior colaboração jornalística da história (600 jornalistas de 117 países), chamada de Pandora Papers, descobriu que pelo menos 92 políticos ou altos funcionários de governos de países da América Latina criaram empresas offshore em “paraísos fiscais” para ocultarem seus patrimônios. As informações são do Metrópoles.

Ter empresas em países distintos do de origem não é ilegal, desde que a conta seja declarada e não seja utilizada para fins de evasão fiscal. Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), até 27% dos ativos financeiros da América Latina seriam desviada para offshores, o que equivaleria a R$ 118 bilhões.

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Veja 13 presidentes e ex-presidentes que teriam contas em offshores, segundo o Pandora Papers:

– Sebastián Piñera, presidente do Chile
O presidente chileno teria várias empresas registradas nas Ilhas Virgens Britânicas. As firmas teriam recebido remessas de dinheiro entre 1997 e 2000. Porta-voz de Piñera disse que o presidente e sua família não controlam investimentos no exterior atualmente.

– Luis Abinader, presidente da República Dominicana
O presidente dominicano teria duas empresas no Panamá junto com seus irmãos. Quando assumiu a presidência em 2000, Abinader declarou ter 9 empresas offshore e ainda não se pronunciou sobre o Pandora Papers.

– Guillermo Lasso Mendoza, presidente do Equador
Lasso estaria vinculado a 14 empresas no Panamá, Estados Unidos e Canadá, sendo ao menos 10 delas inativas deste sua candidatura presidencial em 2017. Ele alega que cumpriu a lei equatoriana que proíbe candidatos e funcionários públicos de manterem empresas offshore.

– Porfirio Lobo Sosa, ex-presidente de Honduras
Lobo teria três empresas no Panamá, duas enquanto foi presidente.

– Horacio Cartes, ex-presidente do Paraguai
Cartes e sua família estariam vinculados a empresas offshore com valor acima de U$ 1 milhão. Sua defesa alega que a empresa está declarada ao governo paraguaio.

– Andrés Pastrana, ex-presidente da Colômbia
Pastranha seria dono de uma empresa no Panamá desde 2016 – ele alega ter declarado a empresa às autoridades fiscais.

– César Gaviria, ex-presidente da Colômbia
Gaviria teria várias empresas no Panamá e Ilhas Virgens Britânicas – ele se recusou a responder às acusações.

– Francisco Flores, ex-presidente de El Salvador
Flores teria várias empresas no Panamá e nas Ilhas Virgens Britânicas que teria depositado quase U$ 1 milhão em uma conta pessoal em um banco panamenho. Flores morreu em 2016.

– Alfredo Félix Burkard, ex-presidente de El Salvador
Burkard teria ao menos 15 empresas offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e Panamá, com membros de sua família ocupando posições como sócios ou diretores. Sua defesa alega estar dentro da lei.

– Juan Carlos Varela, ex-presidente do Panamá
Varela teria uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas durante todo seu governo. Ele segue acionista da empresa e argumenta que notificou às autoridades durante sua candidatura à presidência.

– Ernesto Pérez Balladares, ex-presidente do Panamá
Balladares seria diretor de três empresas offshore, sendo duas criadas sob seu governo. Ele não respondeu às acusações.

– Ricardo Martinelli Berrocal, ex-presidente do Panamá
Martinelli seria acionista de várias empresas offshore e que a usaria com para receber subornos da Odebrecht em contratos públicos. Berrocal nega as acusações

Pedro Pablo Kuczynski, ex-presidente do Peru
Kuczynski teria uma emrpesa aberta nas Ilhas Virgens Britânicas enquanto ministro das Finanças – a empresa também aparece nas acusações de corrupção nas investigações locais de corrupção da Odebrecht. Ele não respondeu às acusações.