Os Estados Unidos, que vivem um aumento exponencial de contágios do novo coronavírus, superou neste sábado os 2,5 milhões de contágios, enquanto a pandemia se agrava na América Latina e na Índia, enquanto uma segunda onda ameaça a Europa.

O número mundial de mortos na pandemia beira o meio milhão de pessoas (495.288) com quase 10 milhões de infecções (9.875.040).

Com mais de 125.000 mortos e mais de dois milhões e meio de casos, os Estados Unidos assistem, impotentes, ao crescimento da pandemia.

A Flórida registrou quase 10.000 casos e 24 óbitos em um dia, um número sem precedentes desde o início da pandemia.

Os contágios aumentaram em 30 dos 50 estados americanos, especialmente en Califórnia, Arizona, Texas e Flórida.

No chamado “estado ensolarado”, os novos casos se concentram nos mais jovens. A idade média das pessoas infectadas agora é de 33 anos, enquanto dois meses atrás era de 65 anos.

“Enfrentamos sérios problemas em algumas regiões”, advertiu Anthony Fauci, assessor médico da Casa Branca durante coletiva de imprensa, na qual chamou os americanos a se portarem com responsabilidade.

– Vacina, corrupção, ataque e futebol –

Na América Latina, o país mais afetado em termos absolutos é o Brasil, com 1.313.667 casos e 57.070 mortes, com um aumento de 38.693 contágios e de 1.109 falecimentos em 24 horas, segundo os últimos números oficiais. Seguem-no México, Chile e Argentina.

O Brasil anunciou um acordo para produzir até 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus, desenvolvida pela Universidade de Oxford, que o país está ajudando a testar e que está entre as mais promissoras entre as desenas que estão sendo testadas por pesquisadores de todo o mundo.

Enquanto isso, no Equador, a Igreja Católica considerou um “crime” a “escandalosa proliferação de casos de corrupção” durante a pandemia, e o governo da Bolívia acusou, sem provas, o partido do ex-presidente Evo Morales de atacar um comboio com insumos médicos no âmbito de outras “atividades irregulares” para afetar a presidente interina Jeanine Áñez.

Diante do dilema do que é prioridade, a saúde ou a economia, o Peru decidiu pôr fim à quarentena nacional para reativar o trabalho, enquanto a primeira divisão do futebol do país começava a treinar a portas fechadas para retomar o torneio local em julho.

O governo argentino, ao contrário, resolveu endurecer a quarentena imposta em Buenos Aires e sua periferia, epicentro da pandemia no país, que soma 1.200 mortos e 55.330 casos.

– Grave situação na Índia –

A situação sanitária também se agrava na Índia, o segundo país mais populoso do planeta, com mais de 1,3 bilhão de habitantes, onde o número de casos superou o meio milhão e o de mortes, os 15.680.

Segundo epidemiologistas, ainda faltam várias semanas para se alcançar o ponto crítico da pandemia no pais e, por isso, o número de infectados na Índia poderia superar o milhão antes do fim de julho.

Em Nova Délhi, com mais de 80.000 casos entre seus 20 milhões de habitantes, as autoridades determinaram a requisição de hotéis, salões de festas e vagões de trem para transformá-los em centros de isolamento de infectados com o novo coronavírus.

No Irã, com 2.456 novos casos de COVID-19 nas últimas 24 horas, o que elevou o número de infectados a 220.180 e 10.364 mortos, o guia supremo, aiatolá Ali Khamenei, advertiu neste sábado que a situação econômica se agravará se o país não conseguir controlar a propagação do vírus.

– Novos focos na Europa –

Na Europa, a necessidade de conciliar o turismo com o coronavírus mantém as autoridades vigilantes diante dos muitos novos focos detectados em pleno desconfinamento.

A localidade de Lloret de Mar, na Costa Brava catalã, reforçou o pessoal municipal para vigiar os veranistas e usará um drone para detectar aglomerações e avisar com uma mensagem pré-gravada sobre a necessidade de se manter o distanciamento seguro.

Cordas coloridas marcam as faixas reservadas para cada grupo etário. O objetivo é “encontrar o equilíbrio entre o conforto das pessoas e, ao mesmo tempo, um entorno seguro”, explica Jaume Dulset, prefeito deste município de 37.000 habitantes a 70 km de Barcelona.

Outra baixa provocada pelo novo coronavírus foram as coloridas marchas do Orgulho Gay, que neste sábado precisaram ser substituídas por uma maratona digital com música, palestras e entrevistas para dar visibilidade à luta pela igualdade de direitos da comunidade de lésbicas, gays, transexuais e bissexuais.

Entre os participantes estão as cantoras pop Kesha e Ava Max, assim como convidados políticos como Carlos Alvarado, presidente de Costa Rica, país que acaba de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

No México, milhares de ativistas participaram da “marcha digital” para, entre outras coisas, exigir justiça para os crimes de ódio.