A Uber anunciou nesta quinta-feira (7) um aumento de suas perdas, para US$ 2,9 bilhões no primeiro trimestre, efeito dos impactos das medidas de confinamento adotadas ao redor do mundo para conter a pandemia do novo coronavírus, embora tenha apontado para sinais de recuperação.

A empresa, sediada em San Francisco, Califórnia, informou que o agendamento de corridas subiu 8% nos três primeiros meses do ano, apesar do ‘lockdown’ iniciado nas últimas semanas do trimestre.

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A companhia destacou um aumento de 53% em suas receitas no serviço de entregas de restaurantes Eats, em um momento em que as pessoas pedem mais refeições em casa.

O diretor-executivo da Uber, Dara Khosrowshahi, informou que os dados de abril sugerem um impacto maciço do surto de COVID-19 na companhia, mas também apontou alguns indícios de recuperação em alguns mercados.

“Não vou mascarar a situação. A COVID-19 teve um impacto dramático nas corridas, caindo globalmente cerca de 80% em abril…. Mas há alguns sinais de recuperação que geram um otimismo contido”, declarou a analistas.

Khosrowshahi afirmou que a Uber via a “quarta semana consecutiva de crescimento”, com um aumento nos agendamentos de 12% na semana passada.

A perda líquida no trimestre quase triplicou no nível do ano anterior e incluiu cerca de US$ 2,1 bilhões em depreciação de alguns de seus ativos, que as empresas precisam contar como perdas, segundo regras contábeis.

O total de agendamentos aumentou 8% com relação ao ano passado e alcançaram US$ 15,7 bilhões, e o faturamento da empresa aumentou 14% para US$ 3,5 bilhões.

A empresa informou que tem dinheiro em caixa para atravessar a pandemia, que forçou bilhões de pessoas a ficarem em casa.

“Nossa ampla liquidez nos dá flexibilidade substancial para navegar a atual crise, mas estamos sendo proativos e tomando ações para emergir mais fortes e mais focados como empresa”, disse o diretor financeiro, Nelson Chai.

As medidas adotadas pela Uber incluiu a demissão de 14% de seus funcionários.

A companhia, assim como outras de serviços da “economia de compartilhamento” devem sofrer um grande impacto com a pandemia de coronavírus, que derrubou a atividade econômica e deixou os viajantes mais cautelosos.