O panda gigante melhorou a sua posição na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza, mas continuará a ser uma espécie dependente da conservação no futuro, devido a múltiplos fatores.

A avaliação mais recente mostrou que esta espécie já não podia ser considerada “em perigo de extinção” e passou para a categoria de “vulnerável”, o que é descrito como um sinal positivo segundo Juan Jaime, presidente do comité espanhol da IUCN. De acordo com o mesmo especialista, esta melhoria não deverá ser motivo para reduzir esforços, pois esta espécie continua entre as espécies mais ameaçadas.

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A caça furtiva, o baixo índice de reprodução natural e agora as alterações climáticas são os principais problemas que este mamífero, cujo habitat natural é a China, tem enfrentado, onde a caça furtiva e a exportação ilegal são puníveis com prisão perpétua e até pena de morte.

Estas medidas conseguiram erradicar praticamente essa ameaça, segundo o especialista, mas agora o panda enfrenta as consequências das alterações climáticas que, segundo diversos estudos, podem eliminar mais de 35% do habitat do bambu – o seu alimento preferido – nos próximos 80 anos.

Sem medidas de proteção para o ecossistema em que o bambu se desenvolve, o declínio da população de pandas selvagens será inevitável.

A isto soma-se a sua vaga natureza reprodutiva, o que reduz a janela de fertilidade das fêmeas para apenas 48 horas por ano, portanto procriação e aumento do número de espécimes é o principal desafio que o urso panda enfrenta.

A criação em cativeiro, cujo objetivo é a posterior reintrodução dos animais na Natureza, surge como “fundamental” para o futuro da espécie, segundo os especialistas, uma vez que, embora em 2017 cerca de 1.800 exemplares vivessem em liberdade, os números têm de ser reforçados.

Daí também a importância da criação de reservas naturais nos habitats do urso panda, para reduzir o incomodo ao animal e proibir qualquer tipo de atividade ou modificação da área que possa afetar, sobretudo, a reprodução.