Os países abalados por conflitos armados no Oriente Médio estão entre os mais vulneráveis ao aquecimento global, mas continuam praticamente excluídos do financiamento das ações climáticas, alertaram organizações humanitárias nesta quinta-feira (18).

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e a Cruz Vermelha Norueguesa destacaram que o impacto da mudança climática e da degradação do meio ambiente acontecem ao mesmo tempo que os efeitos devastadores dos conflitos armados no Iêmen, Síria e Iraque.

Enquanto o acesso à água potável “fica mais difícil e os meios de subsistência são interrompidos” – provocando um “aumento perturbador” da desnutrição e doenças -, os fundos destinados a estes países para superar os desafios climáticos continuam sendo mínimos, segundo as organizações.

De acordo com a organização Climate Funds Update, que compila dados de 27 doadores internacionais, o Iraque, a Síria e o Iêmen tiveram apenas 19 projetos financiados até janeiro de 2022, no valor de US$ 20,6 milhões (R$ 101,9 milhões) – menos de 0,5% do total mundial.

Após oito anos de uma guerra devastadora, o Iêmen é um dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas, aponta o Índice de Adaptação Global da Universidade Notre Dame.

A ONU inclui o Iraque – que ainda se recupera de várias décadas de ditadura e conflitos – entre os cinco países mais afetados pelos efeitos da mudança climática, em particular a seca.

A Síria também enfrenta riscos cada vez maiores após uma guerra violenta, que prejudicou sua infraestrutura e capacidade de responder aos desafios ambientais.

O financiamento para o combate às mudanças climáticas deve ser um dos principais temas da conferência da ONU sobre o clima, que acontecerá em novembro e dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.