São Paulo, 5 – Entre 2010 e 2018 a área total com pastagens degradadas no Brasil caiu de 34,3% para 25,2%, ou redução de 26,8 milhões de hectares, de um total de 170 milhões de hectares de pastos no País, conforme estudo do Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento da Universidade Federal de Goiás (Lapig/UFG).

Segundo nota do Ministério da Agricultura, que divulgou o levantamento, a meta do Plano ABC, de agricultura de baixo carbono, lançado em 2009 durante a Conferência do Clima na Dinamarca, era recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas. Ou seja, foi amplamente superada e deve continuar a crescer. “A área recuperada é maior do que o território do Reino Unido, que tem aproximadamente 24,2 milhões de hectares”, compara a pasta.

O levantamento foi feito com base em imagens de satélites da série Landsat, comparando-se a situação entre 2010 e 2018.

Segundo o ministério, o aumento na qualidade das pastagens foi mais expressivo no Centro-Oeste e no Sul do País, abrangendo Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e também Tocantins. “A recuperação ocorreu principalmente no bioma Cerrado”, diz o ministério.

Conforme a diretora do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (Depros) do ministério, Mariane Crespolini, o estudo permite avaliar a efetividade da política pública “e o quanto os produtores rurais, quando incentivados, são capazes de corresponder adotando práticas sustentáveis de produção”.

Para o pesquisador e coordenador do estudo, Laerte Guimarães Ferreira Júnior, da UFG, houve redução no porcentual de degradação em todas as classes de solos com indícios de degradação, “ao mesmo tempo em que houve aumentou no porcentual de áreas sem indícios de degradação”.

O Plano ABC é uma política pública focada em estimular a agricultura sustentável. Segundo o Ministério da Agricultura, no primeiro trimestre do atual ano-safra (julho a setembro de 2020), as áreas agropecuárias com tecnologias de redução dos gases do efeito estufa financiadas pela linha de crédito do Programa ABC passaram de 245 mil hectares para 485,1 mil hectares, crescimento de 97,9% na comparação a igual período de 2019.

O volume de recursos liberados no período foi de R$ 1,068 bilhão, aumento de 36,8% em relação a julho-setembro de 2019, informou a pasta. Já o número de contratos cresceu 51%, de 796 para 1.202.