Entre 2013 e 2017, o Brasil gastou R$ 342,36 bilhões em subsídios para combustíveis fósseis, por meio de renúncias fiscais e gastos diretos. Uma pesquisa lançada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) estima que são R$ 68,6 bilhões a cada ano, o equivalente a 1% do PIB e a quase dois programas Bolsa-Família. Após a greve dos caminhoneiros, o momento é considerado oportuno pelo Inesc para discutir os impactos dessas estratégias e os seus reais benefícios para a economia, para a criação de empregos e para baixar os custos de energia para as famílias e empresas. Esses dados também podem nortear estratégias para utilizar recursos financeiros no mesmo nível para substituir esses combustíveis por fontes de energia alternativas.

Segundo um relatório publicado pela revista científica The Lancet, a poluição matou 101.739 pessoas no Brasil em 2015, o equivalente a 7,49% do total de mortes no País. Com base em dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Instituto Saúde e Sustentabilidade afirma que os poluentes atmosféricos causam 31 mortes precoces por dia no Estado de São Paulo. Foram 11.200, em 2015, mais o que as mortes causadas por acidentes de trânsito (7.867). O setor de óleo e gás se beneficia de regimes especiais de tributação, como o Repetro – Regime Aduaneiro Especial de Exportação e de Importação, voltado à pesquisa e lavra de jazidas de petróleo e de gás natural, que venceria em 2020, mas foi renovado, no ano passado, até 2040.

(Nota publicada na Edição 1075 da Revista Dinheiro)