Painéis de energia solar tem um funcionamento “simples”: em linhas gerais, é necessário apenas que a luz do sol irradie as placas fotovoltaicas para que ela gere energia para o sistema que abastece. Apesar disso, a China está tendo dificuldade de fazer funcionar seus painéis solares por conta da poluição. Foi o que concluiu um artigo publicado pela revista científica Nature Energy, que mapeou o impacto da poluição do ar chinesa no potencial de geração de energia solar no país.

De 1960 até 2015, a capacidade chinesa para gerar energia advinda do sol diminuiu de 11% para 15% por conta da poluição bloquear a entrada de raios solares no território do país. Os efeitos da poluição na nação oriental já podia ser vista há anos em suas grandes metrópoles, que sofrem de nuvens cinzas, produtos dos poluentes na atmosfera local. Porém o estudo foi o primeiro a analisar os efeitos da contaminação atmosférica na capacidade energética da China e seus efeitos em seus painéis solares.

Os pesquisadores estimam que caso os chineses consigam retomar o nível de poluição do ar da década de 1960, conseguiriam aumentar de 12% a 13% a produção de energia solar no país, o que geraria uma economia de US$ 5 bilhões a US$ 7 bilhões até 2030.

Nos últimos anos, a China vem trocando sua matriz energética, aposentando suas termoelétricas movidas a carvão por alternativas renováveis, como hidroelétricas e fazendas de energia eólica e solar. Porém a questão da poluição diminuindo a capacidade energética coloca os chineses em uma sinuca de bico, onde a solução pode não funcionar efetivamente pela gravidade do problema.