As ações da rede de farmácias Pague Menos dispararam 9,6% na terça-feira (18) após o anúncio da compra da rede Extrafarma, pertencente ao grupo Ultra, por R$ 700 milhões. O Ultra havia comprado a Extrafarma em 2013 por R$ 1 bilhão, buscando sinergias com sua rede de postos de combustíveis, mas o negócio acabou não dando os resultados esperados. Com a venda, a Ultrapar deve dedicar-se à expansão no setor de energia, disputando refinarias a serem vendidas pela Petrobras. Com a aquisição, a Pague Menos se torna a segunda maior varejista de remédios do País em número de lojas, perdendo apenas para a Raia Drogasil. Ela também eleva sua participação de mercado nas regiões Norte e Nordeste. No Nordeste, a presença sobe de 19,5% para 23,3%. Na região Norte, a participação de mercado quase dobra, subindo de 9,9% para 18,9%. O market share nacional cresce de 5,7% para 7%. A transferência da gestão da Extrafarma à Pague Menos ocorrerá após a conclusão das condições precedentes da operação, incluindo sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

VAREJO
Vivara perde o brilho

Divulgação

O fechamento dos shopping centers prejudicou a Vivara no primeiro trimestre. A receita líquida subiu 5,6% no anocontra ano, totalizando R$ 217,7 milhões. Mas o lucro líquido caiu 79,4%, para R$ 3,9 milhões. Mesmo assim, a empresa manteve seus investimentos em marketing e garantiu as vendas do e-commerce, que cresceram 160,2% e responderam por 21,4% do faturamento total.

QUEM VEM LÁ
Votorantim quer energia para a CBA

O grupo Votorantim registrou na terça-feira (18) um pedido de oferta inicial de ações (IPO) da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), sua controlada. O objetivo é levantar até R$ 2 bilhões para investir em geração de energias renováveis, tanto eólica como solar. Eletrointensiva, a companhia criada em 1941 pelo empresário Antônio Ermírio de Moraes hoje gera 100% da energia utilizada para produzir alumínio de maneira hidráulica. Muitas das concessões devem vencer nos próximos anos, e a empresa visa tornar sua matriz energética mais limpa. Em 2020, faturou R$ 5,4 bilhões, 2,66% acima de 2019.

DESTAQUE NO PREGÃO
Saúde reforçada da Rede D’Or

Paula Ramos/STUDIO

O faturamento de R$ 4,72 bilhões da Rede D’Or no primeiro trimestre, alta de 43% ante o mesmo período de 2020, surpreendeu o mercado. A alta é fruto da incorporação contábil das aquisições recentes, que elevou em 10,7% o total de leitos hospitalares, e do crescimento da taxa de ocupação hospitalar para 79,5%, a maior em 12 meses. Assim, o lucro líquido ficou em R$ 402,4 milhões, crescimento de 32,9% ante o trimestre anterior, com margem de 8,5%. O Ebitda bateu recorde, alcançando R$ 1,33 bilhão, quase o dobro do registrado em igual período de 2020. Em função das aquisições, o endividamento cresceu 28,5% sobre o quarto trimestre do ano anterior. Mesmo assim, a relação entre dívida líquida e Ebitda permanece em 2,4 vezes, considerado um patamar saudável. Apenas seis meses após abrir capital, a Rede D’Or prepara nova oferta de ações, buscando captar até R$ 6,75 bilhões.

INFRAESTRUTURA
Resultados da Cosan aceleram

O lucro da Cosan saltou 28% no primeiro trimestre de 2021 na comparação anual, batendo em R$ 827,7 milhões. A geração de caixa da holding que comanda a Raízen, a Rumo Logística, a Moove e a Comgás subiu 8,1%. O Ebitda ajustado avançou para R$ 2,57 bilhões. No consolidado, a Cosan obteve receita líquida de R$ 22,5 bilhões, alta de 24% sobre o primeiro trimestre de 2020. O endividamento (relação entre dívida líquida e Ebitda) da companhia segue um pouco alto, em 3,1 vezes, porém com perfil ainda considerado saudável. O destaque ficou com a Raízen Combustíveis (Marketing & Serviços). A margem Ebitda por metro cúbico retornou aos patamares acima de R$ 110, puxada pelo bom desempenho na Argentina e pelo aumento dos combustíveis no Brasil.