Papéis avulsos

A PagSeguro, empresa de meios de pagamento da UOL, anunciou na semana passada uma nova oferta de ações que pode movimentar até US$ 1,2 bilhão. A operação terá uma oferta primária e uma secundária, na qual o UOL vai vender parte de suas ações e embolsar cerca de US$ 700 milhões. O anúncio foi criticado pelos analistas e a ação caiu 14% em um único pregão. O Credit Suisse rebaixou a recomendação para os papéis de “neutro” para “venda”. Em relatório, os analistas avaliaram que “a companhia não deveria estar com pressa para realizar a captação”, uma vez que, no fim de março, tinha R$ 2,5 bilhões em caixa. A operação foi anunciada menos de seis meses depois do IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) na Bolsa de Nova York, no qual a empresa levantou US$ 2,3 bilhões. Em resposta à reação do mercado, após essa operação, o UOL se comprometeu a não vender ações da PagSeguro, presidida por Rômulo Dias, nos próximos 12 meses.

 

Siderurgia

CSN mantém produção na fábrica do RJ por mais 90 dias

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou na quarta-feira 20 que obteve autorização ambiental de mais 90 dias para manter a operação da usina de Presidente Vargas, localizada em Volta Redonda (RJ). A unidade industrial tem capacidade para produzir cerca de seis milhões de toneladas de aço por ano, mas esbarra nas questões ambientais por conta da emissão de poluentes no ar e do despejo de resíduos no rio Paraíba do Sul. A CSN tenta contornar o problema desde 2008. Sem uma solução definitiva, foi autorizada a manter as atividades por meio de sucessivos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC). Com esses acordos, a siderúrgica se compromete a investir para reduzir os danos à natureza. As ações caem 9,9% no ano.

 

Ensino

Somos compra mais escolas

A Somos Educação, cujo controle foi adquirido pela rede de ensino Kroton em abril, fez uma nova aquisição para ampliar suas atividades em ensino básico. Na semana passada, a empresa presidida por Fernando Shayer comprou a Escola Santi de São Paulo por um valor entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões. E o apetite não para por aí. Analistas afirmam que outro negócio, avaliado em R$ 60 milhões, está em andamento. A aquisição de unidades escolares do ensino básico é parte central da estratégia de expansão da companhia. No ano, as ações sobem 44,4%.

 

Farmácia

Brasil Pharma tem novo prejuízo

A rede de farmácias Brasil Pharma, em recuperação judicial desde janeiro, teve prejuízo de R$ 151,4 milhões no primeiro trimestre. No mesmo período do ano passado, as perdas foram de R$ 230,9 milhões. Na terça-feira 19, a companhia anunciou a suspensão das atividades de varejo nas unidades remanescentes da rede própria da companhia, que opera com as bandeiras Sant’Ana e Big Ben. A iniciativa estava prevista no plano de recuperação judicial. Com dívidas de R$ 1,3 bilhão, a varejista manterá o foco na operação de sua rede de franquias, como a Farmais, com objetivo de viabilizar a retomada do crescimento. As ações caem 59% no ano.

 

Touro x Urso

O clima de aversão ao risco no exterior, alimentado pelo aumento da tensão comercial entre Estados Unidos e China, derrubou as bolsas de todo o mundo. Por aqui, o Ibovespa tentou resistir ao movimento negativo impulsionado pela alta das ações dos bancos e fechou dois dias no azul. Não resistiu, no entanto, à pressão externa e até quinta-feira acumulava queda de 0,9% na semana. No ano, o índice recua 8,2%.

 

Destaque no pregão

Petrobras perde disputa trabalhista de R$ 17 bilhões

A Petrobras perdeu, na quinta-feira 21, a maior disputa com trabalhadores da sua história. O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a estatal a pagar R$ 17 bilhões para corrigir a remuneração retroativa de 51 mil empregados. A companhia presidida por Ivan Monteiro firmou, em 2007, um acordo com os trabalhadores no qual se comprometia a pagar adicionais a funcionários que tinham condições adversas de trabalho, como aqueles que estão alocados nas plataformas. Os empregados, no entanto, alegaram na Justiça que o acordo não foi cumprido na sua integridade. A discussão reunia 47 ações coletivas movidas por 20 entidades sindicais. Além do desembolso retroativo, a petroleira poderá ter de desembolsar R$ 2,5 bilhões adicionais por ano na folha de pagamento. A estatal pode recorrer no Supremo Tribunal Federal. Em nota, a empresa afirma não ter impactos econômicos imediatos e que a diretoria vai avaliar a tomada de “medidas judiciais cabíveis”.

Palavra do analista:
De acordo com a equipe da Guide Investimentos, a decisão pode trazer uma posição de cautela adicional aos investidores. “Esses R$ 17 bilhões não estão previstos no orçamento da companhia para 2018”, escreve Luiz Gustavo Pereira, em relatório.

 

 

Mercado em números

DURATEX
US$ 1 bilhão – É o valor da joint venture entre a companhia fabricante de painéis de madeira controlada pela Itaúsa e o grupo austríaco Lenzing para a criação de uma fábrica de celulose solúvel em Minas Gerais

ECORODOVIAS
R$ 2,06 bilhões – Foi o desembolso da empresa de concessões em infraestrutura para explorar um trecho de 301 quilômetros da BR-135, em Minas Gerais

MRV
R$ 770 milhões – É quanto o a incorporadora pretende captar por meio da emissão de uma nova série de debêntures simples, não conversíveis em ações, com prazo de cinco anos

RANDON
R$ 288 milhões – Foi a receita líquida que a fabricante de implementos rodoviários apresentou em maio, aumento de 17,5% em comparação com o mesmo período do ano passado.

SANTOS BRASIL
R$ 6 milhões – Foi o prejuízo que a companhia de logística apresentou no primeiro trimestre. No mesmo período do ano passado, as perdas somaram R$ 100 milhões.