O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na noite desta quarta-feira, 29, que a ideia do governo federal de distribuir senhas para imigrantes venezuelanos tem como objetivo controlar a entrada deles no Brasil e os processos de atendimento para quem quer ficar no país.

“A senha é para passar do limite da fronteira, é para entrada no território nacional”, afirmou Padilha ao sair de uma cerimônia no Superior Tribunal de Justiça.

Questionado sobre o que aconteceria com os imigrantes que não conseguissem essa senha no dia, Padilha afirmou que eles teriam que esperar.

Padilha explicou ainda que é possível formar duas filas para diferenciar quem entra no Brasil para ficar aqui e quem entra com o intuito de logo sair.

“Não limita a entrada, só terão que esperar, mas não limita a entrada. Quem vem e volta, esses podem entrar ilimitadamente. Mas os que entram para ficar no Brasil, aí…”, disse o ministro sem completar a frase.

A possibilidade de distribuição de senhas foi divulgada pelo presidente Michel Temer na manhã desta quarta em uma entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.

“Outra providência que talvez venha a ser tomada, ontem foi objeto de conversações, é que hoje entram de 600 a 700 por dia e isso está criando problemas até para vacinação, organização. Eles pensam em colocar senhas de maneira que entrem 100, 150, 200 por dia e cada dia entre um determinado número para organizar um pouco mais essas entradas”, disse.

Pela tarde, a secretaria de comunicação especial da Presidência, no entanto, divulgou uma nota em que diz que as senhas, na verdade, seriam para “aprimorar um processo de atendimento humanitário em Roraima, o que não pode ser confundido, em hipótese alguma, com fechamento à entrada de venezuelanos no Brasil”.