No final de março, os cientistas do Serviço de Monitoramento de Atmosfera Copernicus (CAMS) detectaram o que chamavam de uma grande lacuna, sem precedentes, na atmosfera, pairando sobre a região do Ártico. O buraco logo se tornou o maior que eles já haviam monitorado no hemisfério Norte e quase chegou ao tamanho da Groenlândia, abrangendo a superfície da calota polar. O buraco de rápido crescimento foi resultado de condições climáticas incomuns no Ártico: quando ventos fortes prendem o ar gelado sobre as calotas polares por várias semanas cria-se o que os cientistas chamam de vórtice polar. Trata-se de uma força poderosa que gira sobre si mesma e gera impacto suficiente para abrir um buraco no ozônio da estratosfera. Embora a lacuna esteja agora fechada, os cientistas dizem que ela poderá se abrir novamente, dependendo das condições meteorológicas. “Esse buraco no ozônio do Ártico não tem nada a ver com bloqueios relacionados ao coronavírus, mas foi causado por um vórtice polar incomumente forte e duradouro”, disse o CAMS, no Twitter.

(Nota publicada na edição 1170 da Revista Dinheiro)