O ouro superou nesta quarta-feira (8) a barreira simbólica de 1.800 dólares por onça (28,35 gramas), o que não acontecia desde novembro de 2011, em um cenário econômico incerto que favorece o metal, considerado um valor refúgio.

No mercado de ouro de Londres, a onça do metal precioso alcançou a cotação de 1.800,86 dólares às 8h30 GMT (5h30 de Brasília), o maior nível nos últimos oito anos e meio.

“Os investidores continuam comprando ações, mas parece que desejam uma cobertura no caso de uma correção do mercado”, explica Carlo Alberto De Casa, analista da ActivTrades.

“Nesta quarta-feira, a preocupação com o coronavírus e as tensões geopolíticas pesaram sobre o apetite pelo risco, o que beneficia o ouro, um refúgio tradicional em tempos de incerteza”, destacou Fiona Cincotta, da City Index.

A COVID-19 matou mais de 539.600 pessoas em todo o mundo desde o fim de dezembro e contaminou quase 11,7 milhões, de acordo com um balanço da AFP com base em dados oficiais.

Nos últimos dias, os analistas também apontaram a desvalorização do dólar como um fator da alta da cotação do ouro.

Mais de 1.100 pessoas morreram vítimas do novo coronavírus nos Estadods Unidos nas últimas 24 horas, o que eleva o total de óbitos no país a 131.362 desde o início da crise.

Como o ouro tem cotação em dólar, uma moeda americana mais frágil deixa o metal precioso mais barato para os compradores que usam outras moedas.

E em um ambiente monetário no qual os principais bancos centrais prometeram injetar quantidades de liquidez sem precedentes na economia nas últimas semanas, outros refúgios seguros, como os títulos de Estado, se tornaram menos remunerados.

Na semana passada, o ouro já havia se aproximado de 1.800 dólares por onça. O valor máximo histórico, de 1.921,18 dólares por onça, foi registrado em setembro em 2011.