O ouro opera em alta nesta quinta-feira, 28, no pregão eletrônico, em meio à busca por segurança no exterior, após a China ameaçar retaliar os Estados Unidos por uma lei americana sobre Hong Kong, e à baixa liquidez, com os mercados americanos fechados pelo feriado de Ação de Graças.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro era negociado a US$ 1.455,30 a onça-troy, às 16 horas (de Brasília), um avanço de 0,13% em relação ao fechamento de ontem.

A busca por segurança no mercado internacional é impulsionada pela ameaça do governo chinês de retaliar os americanos, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter sancionado ontem uma lei em apoio aos manifestantes pró-democracia em Hong Kong, que protestam no território semiautônomo desde março.

O vice-chanceler da China Le Yucheng condenou a decisão de Trump e disse que a legislação é uma “séria interferência em assuntos internos da China e violação do direito internacional”. O jornal Global Times, por sua vez, informou que os chineses consideram barrar a entrada de formuladores de lei americanos em Hong Kong, proibindo-os de entrar também na China continental e em Macau.

A lei assinada ontem pelo líder da Casa Branca, que já havia sido aprovada pelo Congresso americano na semana passada, prevê sanções a indivíduos acusados de violar direitos humanos nos protestos no território semiautônomo e uma fiscalização periódica das garantias de liberdade em Hong Kong.

“A incerteza sobre o que acontecerá a seguir na guerra comercial permanece. Em outras palavras, isso deve beneficiar o ouro como um ativo de segurança”, avalia Daniel Briesemann, analista de metais do Commerzbank, ao comentar os efeitos das tensões sino-americanas em torno dos protestos em Hong Kong.