Os contratos futuros do ouro fecharam o pregão desta quarta-feira, 29, em alta, alcançando máxima histórica pelo 4º pregão consecutivo, com os investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que deve manter o tom “dovish” (mais leve).

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), a onça-troy do ouro com entrega para agosto encerrou com ganho de 0,45%, a US$ 1.953,4 a onça-troy, novo recorde histórica de fechamento. Durante o pregão, o metal precioso chegou a tocar os US$ 1960,0 por onça-troy. Nas três sessões anteriores, o metal também havia fechado em patamares recordes. Antes disso, o recorde de fechamento era o de 22 de agosto de 2011, quando encerrou a US$ 1.891,9 a onça-troy. A comparação é feita com base nos contratos mais líquidos.

“A rápida recuperação deixa claro que o mercado deseja elevar os preços”, escreveu no início do pregão o analista de metais precisos Carsten Fritsch, do Commerzbank, em referência à pausa momentânea no rali do ouro ontem, que acabou não se concretizando. “Isso não é surpreendente, tendo em vista as injeções sem controle de liquidez pelos bancos centrais, taxas de juros próximas ou abaixo de zero, taxas de juros reais negativas praticamente em todos os lugares e um aumento sem precedentes da dívida”, explica o profissional do banco alemão.

O recente rali do ouro foi impulsionado, em grande parte, pelas medidas sem precedentes tomadas pelo Fed para garantir liquidez no mercado. Hoje, às 15h (de Brasília), a instituição anuncia decisão de juros e deve manter a política monetária acomodatícia, o que também favorece o enfraquecimento do dólar e deixa o ouro mais atrativo para detentores de outras divisas.

O avanço da pandemia de covid-19 por diversos países e as tensões entre Washington e Pequim também são monitorados.